Por que extrema direita e neoliberais estão emperrando isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil – Brasil de Fato

O PL do Imposto de Renda (PL 1087/25), do governo Lula, que prevê isenção total para quem ganha até R$ 5 mil/mês e isenção escalonada para quem recebe até R$ 7 mil/mês, tem que entrar nos almoços das famílias, intervalos do trabalho, mesas dos bares, sindicatos, papos nos cabeleireiros, igrejas, esquinas, todos os cantos. 

Talvez seja o maior instrumento de justiça social e fiscal do nosso país. Quem recebe até R$ 5 mil, terá uma economia anual de R$ 4.356,89, quase um 14º salário. Nas outras faixas, o ganho anual será de R$ 3.367,68, para salários de R$ 5,5 mil; de R$ 2.350,79, para até R$ 6 mil, e de R$ 1.333,90, para até R$ 7 mil. 

A pressão desesperada da extrema direita e dos neoliberais está emperrando esse debate, quer seja pela pressão em torno do falido projeto de anistia para os golpistas, quer seja pelas conspirações de políticos e elites financeiras para minar o governo Lula, proteger os interesses de uma minoria e influenciar as eleições de 2026. 

:: Quer receber notícias do Brasil de Fato RJ no seu WhatsApp? ::

Com essa tática mesquinha, colocam em risco os interesses da maioria dos contribuintes brasileiros, os 90 milhões de trabalhadoras e trabalhadores que serão beneficiados, sendo mais de 26 milhões os que deixarão de pagar o tributo. 

Com tamanho impacto social, a oposição tem dificuldade de se posicionar contra a isenção. Então, tenta desmontar o projeto mexendo na necessária contrapartida, que é a taxação dos 141 mil superprivilegiados, que usam brechas para não pagar ou pagar uma taxa irrisória. O projeto acaba com essa distorção. 

Para manter o equilíbrio das contas públicas, o PL do nosso governo estabelece uma tabela de percentuais a pagar para quem recebe mais de R$ 600 mil, por ano. Este tributo mínimo, como é chamado, ficará entre 2,5% e 10% da renda, em taxação também escalonada. Só quem recebe mais de R$ 1 milhão e 200/ano pagará o teto de 10%.  

Isso muda o regime atual, pelo qual pessoas com renda muito elevada têm tributação média efetiva de apenas 2,54%, quase o mesmo que um motorista (2,2%) e abaixo do que paga um bancário (7,2%) ou um professor do ensino médio (9,6%), por exemplo. 

Não haverá cobrança a mais para quem têm imposto retido na fonte e honorários de advogados, alugueis, entre outros. Mesmo para os que ganham muito na cobrança, alguns rendimentos serão excluídos, como heranças, aposentadorias e pensões por doença grave, venda de bens, rendimentos imobiliários e indenizações.  

Em relação à taxação inédita dos dividendos (lucros distribuídos a acionistas de empresas), o projeto se alinha à prática internacional, estabelecendo uma alíquota fixa de 10%, apenas sobre os valores que excedam a média mensal de R$ 50 mil. Dividendos remetidos ao exterior também pagarão a mesma alíquota, o que evita tributação internacional. Pagarão no Brasil o que ganham no Brasil. 

Esta é a contrapartida indispensável que a oposição quer mudar, comprometendo os efeitos da medida e o princípio de justiça social e fiscal. 

Um estudo feito por consultores de Orçamento da Câmara dos Deputados mostra que o projeto promoverá uma redução da desigualdade de renda de 1,1% entre os contribuintes, e pode elevar em R$ 10,3 bilhões o consumo agregado nos setores varejista e de serviços. Na nota técnica, os consultores Dayson de Almeida e Helio Rego registram que “a reforma, ao beneficiar os contribuintes pertencentes a grupos de mais baixa renda, pode gerar um aumento de 3,8% no bem-estar agregado da sociedade”. 

Um projeto dessa relevância não pode ficar restrito ao Congresso e a “Faria Lima”, a mercê dos interesses particularíssimos de representantes dos mais privilegiados. Precisa ser debatido e abraçado pela sociedade.  

Isso é urgente. Para entrar em vigor em 2026, tem que ser votado este ano, até setembro. Vamos defender o PL 1087/25 nas ruas, nas redes, no Parlamento, na imprensa, e pressionar pela aprovação e integridade da proposta. 

*Reimont é deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Autor

  • Redação Uberlândia no Foco

    O Uberlândia no Foco é um portal de notícias localizado na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, que tem como objetivo informar a população sobre os acontecimentos importantes da região do Triângulo Mineiro e do país. Fundado por Rafael Patrici Nazar e Sabrina Justino Fernandes, o portal busca ser referência para aqueles que buscam informações precisas e atualizadas sobre a cidade e a região. Nosso objetivo é cobrir uma ampla gama de assuntos, incluindo política, economia, saúde, educação, cultura, entre outros. Além disso, visamos abordar também, questões relevantes a nível nacional, garantindo assim que seus leitores estejam sempre informados sobre os acontecimentos mais importantes do país. Nossa equipe é altamente capacitada e dedicada a fornecer informações precisas e confiáveis aos seus leitores. Eles trabalham incansavelmente para garantir que as notícias sejam atualizadas e verificadas antes de serem publicadas no portal. Buscamos oferecer aos leitores uma plataforma interativa, na qual possam compartilhar suas opiniões e participar de debates sobre os assuntos mais importantes da cidade e da região. Isso torna o portal uma plataforma democrática, onde todas as vozes podem ser ouvidas e valorizadas. Não deixe de nos seguir para ficar por dentro das últimas atualizações e notícias relevantes. Juntos, temos uma grande caminhada pela frente.

0 Votes: 0 Upvotes, 0 Downvotes (0 Points)

Leave a reply

Loading Next Post...
Seguir
Sign In/Sign Up Sidebar Search
COLUNISTAS
Loading

Signing-in 3 seconds...

Signing-up 3 seconds...