Mulher apontada como mandante do ‘crime do brigadeirão’ pode responder por sequestro em MG

Suyany Breschak é suspeita de ordenar a internação forçada do ex-companheiro em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos. O caso, registrado em 2022 em Uberlândia, ainda está sob investigação, pois a mulher não foi encontrada.

Suyany Breschak, apontada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como a mandante do “crime do brigadeirão”, pode enfrentar acusações de sequestro por tentar internar à força seu ex-marido e a esposa dele em uma instituição para dependentes químicos em Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o inquérito está em andamento na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Uberlândia. A investigação não foi concluída porque Suyany não foi localizada.

Com a recente localização e prisão da suspeita, a Delegacia de Uberlândia enviará uma carta precatória para que ela seja ouvida, permitindo a conclusão do inquérito e o envio ao Poder Judiciário.

Tentativa de sequestro

A denúncia foi registrada por Orlando Ianoviche em 18 de agosto de 2022, na 4ª Delegacia de Polícia de Uberlândia.

Em seu relato à polícia, o ex-marido de Suyany afirmou que ele e sua esposa foram abordados na BR-050 por quatro homens, forçados a entrar em um carro e levados a uma residência. No local, descobriram que seriam internados em uma clínica de reabilitação por ordem da mãe dele.

Ao esclarecer que a mãe não havia dado tal ordem, os homens mostraram a Ianoviche o número de telefone do qual receberam a ligação. O boletim de ocorrência revelou que o número pertencia a Suyany.

Após a situação ser esclarecida, os funcionários da clínica devolveram os pertences do casal, que continuou sua viagem para Uberaba, onde residem.

Entenda o ‘caso do brigadeirão’

O corpo do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado em um apartamento no Rio de Janeiro em 20 de maio. Júlia Cathermol, namorada da vítima, foi presa suspeita de assassinato com um brigadeirão envenenado.

O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), declarou que Suyany Breschak é considerada a mandante do crime do brigadeirão. A jovem, que se identifica como cigana, está presa desde 29 de maio. A defesa de Suyany nega as acusações.

Buss também mencionou um suposto plano para afastar Júlia do então namorado Jean, para que a psicóloga fosse morar com Ormond. Júlia teria dito a Jean que aceitou uma proposta para ser babá, por um mês, dos filhos de uma mulher chamada Natália.

Segundo análises preliminares, Natália é Suyany. A “cigana” teria enviado fotos dos próprios filhos para Júlia, que as encaminhou a Jean como prova do “serviço”. Por um mês como babá, Júlia receberia R$ 11 mil.