
Você já leu o rótulo daquele suco de caixinha aparentemente inofensivo? Ou daquela barrinha “fit” que promete energia e leveza? O açúcar está por toda parte — muitas vezes disfarçado de nomes como maltodextrina, xarope de milho, dextrose ou até “carboidratos simples”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de açúcares adicionados não ultrapasse 10% da ingestão calórica total diária — o ideal seria manter abaixo de 5%, o equivalente a 25 gramas por dia, cerca de 6 colheres de chá. Mas o brasileiro consome, em média, 50% a mais do que esse limite, segundo dados do Ministério da Saúde e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE 2017-2018).
Além de contribuir para o ganho de peso, o excesso de açúcar está diretamente ligado ao aumento de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e até alguns tipos de câncer. O desafio está em cortar o que muitas vezes é invisível.
Como reduzir o açúcar na prática?
Leia os rótulos com atenção: Alimentos ultraprocessados escondem açúcar em nomes pouco familiares. Se está entre os três primeiros ingredientes, evite.Reduza gradualmente: Seu paladar se adapta. Comece cortando pela metade o açúcar do café, por exemplo.
Troque o refrigerante por água saborizada natural: Use fatias de frutas, folhas de hortelã ou gengibre para dar sabor.
Prefira frutas inteiras a sucos: Elas contêm fibras, que reduzem o impacto da frutose no organismo.
Cozinhe mais em casa: Assim, você tem controle total sobre o que consome — e ainda economiza.
Adoçantes podem ajudar a controlar a vontade de doce, mas evite usá-los como solução permanente. O ideal é reeducar o paladar.
A boa notícia é que é possível vencer o vício do açúcar com pequenas mudanças. Estudos mostram que, em até 3 semanas, o paladar já começa a se adaptar, tornando os alimentos ultra adoçados menos atrativos.
Se você se reconhece dependente do açúcar, saiba: isso não é falta de força de vontade, é um mecanismo bioquímico real. Mas também é real a capacidade do corpo de se reequilibrar com escolhas conscientes.
“Entre o sabor passageiro e a saúde duradoura, escolha o que permanece”