O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), ameaçou tirar policiais militares do programa BRT Seguro, da prefeitura da capital. A possibilidade foi ventilada em entrevista na primeira edição de um podcast do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando os dois comentavam um vídeo do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), sobre a segurança pública do estado.
— Outro dia ele comentou do BRT Seguro. Sabe quem é que faz o BRT Seguro? A Polícia Militar. Inclusive, vou começar a rever esses programas que o município financia. Porque o município vai, contrata o policial na hora de folga, arrebenta nossa tropa, e não investe na Guarda Municipal. Quer contratar o policial na folga para ajudar? Beleza, mas não troca a Guarda Municipal, que é uma força super valorosa e que tem que ser valorizada — disse Castro. — Prefeitura que não investir na Guarda não terá policial militar à sua disposição.
No vídeo publicado ontem, Paes analisa a ADPF das Favelas, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A prefeitura entrou como parte interessada no processo. Paes defende o fim da medida que exige uma série de justificativas para operações policiais, mas critica o fato de o governo estadual usar as restrições como justificativa para a crise na segurança do Rio.
Ao rebater o prefeito, Flávio disse que o Rio “infelizmente virou, sim, um resort do crime”. O estado é comandado pela direita desde o início de 2019, com Wilson Witzel e Castro, mas o senador culpa apenas a ADPF pelo cenário atual. O governador também é crítico ferrenho da ação.
Ainda na linha de reforçar o embate com Paes, Castro traçou uma comparação entre as duas gestões, municipal e estadual, no campo da segurança.
— Eu já chamei mais de 5 mil policiais, comprei mais de 3 mil viaturas. Quantos guardas municipais novos tem de 2021 para cá? Quantas viaturas e tasers a Guarda Municipal tem? — questionou.
No início deste mandato, o prefeito tem anunciado projetos voltados para a segurança, como a criação de uma força municipal armada. Tanto ele como o grupo do governador sabem que o tema será decisivo na eleição estadual do ano que vem, quando Paes tende a disputar o Palácio Guanabara