Bora viajar?

NazarColunistasUberlândia1 year ago65 Views

Sim, dá pra ir de carro pro Chile
Aqui vou dizer um pouco da aventura que fiz em 2019, junto com meu pai, que topou de imediato fazer esse passeio marcante comigo.
Uma viagem que já começa bem antes do dia em que partimos daqui de Uberlândia rumo ao Chile, em específico, à cidade chilena de San Pedro do Atacama, aproximadamente 3000 kms de Uberlândia, pois exige uma preparação bem diferente das viagens que já fiz aqui dentro do Brasil.
Comecei com um estudo bem “meia boca” do espanhol, estudando em casa, pela Internet, Google Tradutor para aprender a fonética e também traduções de músicas do espanhol para o português, eu não domino o espanhol, mas nesse meu “decoreba” consegui me virar bem por lá, não se preocupe tanto, dá também pra se virar no “portunhol”.
                    Preparação do veículo
Fomos em um Classic 2014, carro que está comigo desde o seu ano de fabricação, com todas as manutenções em dia. Fomos e voltamos sem termos nenhum problema mecânico.
Pra entrar na Argentina é necessário alguns critérios no veículo, como por exemplo a CARTA VERDE, que nada mais é que um seguro contra terceiros, caso ocorra algum acidente com algum veículo argentino, o seguro cobre os danos causados ao outro veículo.
O veículo também precisa  estar registrado em seu nome e quitado. Caso o veículo não esteja quitado é só ir ao banco que fez o financiamento e exigir um documento no qual ele autoriza você a fazer a viagem pra outro país.
Seu documento pessoal, como a identidade deve ter no MÁXIMO 10 ANOS, caso esteja com a identidade acima desse tempo sua entrada na Argentina será proibida. Não é obrigatório a entrada com passaporte, nos países da América do Sul se entra normalmente com a identidade, desde que ela tenha menos de 10 anos de expedição.
        Como fazer o câmbio de Real para Peso Argentino?
Em maio de 2019 consegui o câmbio sendo 1 por 10, ou seja, 1 Real valia na época 10 Pesos Argentinos. Hoje 02/02/2024, com a inflação da moeda argentina 1 Real vale incríveis 166 Pesos.
Em Foz do Iguaçu se acha com muita facilidade e praticidade casas de câmbio. Pesquise e veja qual delas paga o melhor valor, lembrando que, você nunca vai conseguir fazer o câmbio exatamente com o valor da moeda no dia, por exemplo, se 1 Real vale 166 Pesos Argetinos, você nunca receberá 166 por cada Real trocado, pois como há taxas esse valor sempre será um pouco menor, por isso, como disse, faça uma pesquisa e veja qual delas paga melhor pra você. Faça a troca em Foz do Iguaçu antes de entrar em território argentino.
Conseguimos entrar sem grandes problemas em território argentino, fomos em maio de 2019, dormimos em Foz do Iguaçu, conhecemos as Cataratas (creio ser obrigatório indo por Foz do Iguaçu – PR, tirar um tempo e conhecer esse complexo de quedas de encher os olhos) também vale a pena ir até o Paraguai, em Ciudad Del Este, do outro lado da Ponte da Amizade, ligando Brasil e Paraguai.
UMA DICA: não vá de carro até o Paraguai, deixe seu carro seguro no hotel e siga de ônibus coletivo até a cidade vizinha. Evite o caos que geralmente existe na divisa dos dois países, aproveite e faça suas compras, obedecendo sempre o valor máximo estipulado pela Receita Federal aqui do Brasil.
As estradas argentinas são muitos boas, retas incríveis e bem sinalizadas, fomos pela Ruta 12 sentido Corrientes. Essa estrada conta com uma estrutura muito boa para reabastecer e fazer uma pausa para uma refeição nas redes de postos YPF, bem comum na Argentina. Pegamos uma chuva leve, tranquila, nada que nos fizesse parar o carro e ter que aguardar a mesma passar.
De Foz do Iguaçu até Corrientes são aproximadamente 600 kms, bem agradáveis de se fazer, pois a estrada se encontra (pelo menos na época) em ótimas condições.
Corrientes é antiga, bem interessante, com prédios históricos que retratam bem a beleza da arquitetura do início do século XX, além da sensação de muita segurança que tivemos ao andarmos a pé pelas ruas da charmosa cidade argentina.Chegamos na cidade já era início de noite. UMA DICA: ande a pé pela cidade, sempre há opções de bares e restaurantes em um raio muito próximo se hospedando na região central.
Saindo de Corrientes sentido San Salvador de Jujuy, são aproximadamente 850 kms, pela Ruta 16. Nessa Ruta já se observa uma pista não muito boa como a da Ruta 12, principalmente quando se entra na província de Santiago Del Estero, onde havia buracos enormes, reduzindo muito a média de tempo gasto até Jujuy.
Chegando próximo a Jujuy já se observa de longe a belíssima Cordilheira dos Andes, onde Jujuy fica aos pés da cordilheira, alterando muito a geografia do local e também o clima. Ali a temperatura costuma ser baixa, pegamos uma temperatura de 10° graus. A cidade é bem simpática tendo seu embelezamento natural causado pela cordilheira. Opções baratas e tranquilas de alimentação e hotéis, mas é sempre bom pesquisar hotéis e ter na lista plano A e B para se hospedar. Depois de uma noite de sono e descanso rumamos até nosso destino final, o tão esperado Deserto do Atacama, lembrando que todo o trajeto fomos guiados pelo serviço gratuito de mapas do Google Mapas, baixei todos os mapas pela Internet e fui usando off line até chegar em San Pedro de Atacama (Chile) sem nos deixar na mão nenhuma vez, importante ferramenta e ainda gratuita, temos que aproveitar.
O terreno desértico já começa a ser observado logo após deixarmos a cidade de Jujuy, passando por Pumamarca (onde é importante reabastecer o veículo) pois nosso destino final ainda se encontra há aproximadamente 400 kms por uma estrada incrivelmente impecável. Na estrada até San Pedro de Atacama não há tantas opções para comer e abastecer, por isso recomendo parar logo no início da viagem em Pumamarca, onde também se vende artesanatos em geral e tecidos com estampas  andinas por um preço muito bom. Passando pela cordilheira há um totem em Cuesta del Lipán, que indica a altitude do local, ali é uma parada interessante para descer do carro e desfrutar um pouco do visual e não deixar de fazer alguns registros fotográficos indispensáveis.
Paramos em um local para experimentar o famoso chá da folha de coca e também conhecer a empanada servida lá, esse lugar se chama La Pekana, uma simples lanchonete às margens da Ruta 52 ainda em solo argentino, logo à frente, vale a pena descer pra conhecer a Salinas Grandes, uma grande reserva de sal que mais lembra um local com muita neve, mas não passa de uma formação natural.
                    Atravessando a fronteira para o Chile
Quando chegamos na fronteira com o Chile exige-se um pouco mais de quem vai atravessar. É necessário descer do veículo, mostrar todos os documentos, dizer quantos dias você ficará lá e mostrar endereço de onde pretende se hospedar. Para entrar no Chile é também exigido apenas identidade com menos de 10 anos de expedição, assim como é pra entrar na Argentina, também ter todos os documentos do veículo em dia, com o mesmo em seu nome, porém a CARTA VERDE não vale para o Chile, por ser um país que não faz parte do Mercosul, o seguro veicular obrigatório para turistas no Chile se chama Soapex e é possível adquirir pela Internet. Vale lembrar que o valor do seguro Soapex é proporcional ao tempo que você ficará no país, o tempo máximo de permanência no país como turista é de 3 meses.
Na aduana chilena você será questionado, por exemplo se você está levando alguma fruta ou algum alimento proibido pelo governo chileno (por questões de segurança sanitária) UMA DICA: jamais minta pra algum funcionário da aduana chilena, caso esteja levando algum alimento proibido lá você será orientado a jogar fora, apenas isso, caso mentir e for pego com algum alimento listado como proibido, poderá sofrer sanções sérias e ter dor de cabeça na viagem (o que ninguém quer).
Passando por todo esse trâmite, enfim, entramos em solo chileno, que já começa com uma visão belíssima do local, céu azul e muito limpo (algo muito comum na maioria dos dias do ano na região do Atacama) já dá pra observar muitas ilhamas e alpacas e juro que até hoje não sei a diferença entre elas, elas andam soltas e não há cercas que dividem pasto e pista, por isso muito cuidado e velocidade sempre mais baixa, o Chile é o país mais rigoroso da América do Sul.
Um pouco antes de chegar em San Pedro de Atacama, a Ruta 27 passa ao lado do extinto vulcão Licancabur, outro local que merece uma pausa para um registro.
Chegando em San Pedro de Atacana, fui até o Hotel Piedras Rojas, do Richard, sempre muito atencioso, atende junto com sua esposa, local simples e muito acolhedor. Como San Pedro é uma pequena cidade andarmos toda ela a pé, a cidade conta com boa estrutura de lanchonetes, farmácias e lojas. Bem no centro comercial os alimentos são mais caros. UMA DICA: caso queira economizar, faça suas compras de comida e bebida um pouco mais longe do centro de compras da cidade, na época paguei convertido em Reais, R$18 em uma lata de Coca-Cola. Lá também tem as casas de câmbio, onde você pode levar Real em espécie e fazer a troca lá, na época o câmbio feito foi 1 por 175, sendo 1 Real valendo 175 Pesos Chilenos, hoje 02/02/2024 o câmbio está em 1 por 190.
O que fazer em San Pedro de Atacama?
É possível alugar bicicletas sem muita dificuldade para rodar por ali.
Pra não me alongar demais no texto, deixo aqui pra vocês pesquisarem sobre alguns lugares para irem em Atacama.
1- Vale da Lua
2- Piedras Rojas e Lagoas Altiplânicas
3- Gêiseres Tatio
4- Passeio de Balão
5- Passeio Astronômico, por ter o céu muito limpo e livre de poluição luminosa, San Pedro de Atacama é considerado um dos melhores locais do mundo para se observar o céu durante a noite.

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