Cirurgia bariátrica e queda de cabelo – Parte 1: Transformação e desafios

Para muitas pessoas que lutam contra a obesidade, a cirurgia bariátrica não é apenas um procedimento médico, mas um divisor de águas—uma esperança de transformação física e emocional. A decisão de passar pela intervenção costuma vir após anos de frustração com dietas, tratamentos e, muitas vezes, preconceito. A pessoa obesa carrega não apenas o peso do corpo, mas também o peso de julgamentos sociais, limitações na saúde e, em muitos casos, uma autoestima profundamente abalada.

A expectativa de uma nova vida

Quem busca a cirurgia bariátrica geralmente alimenta sonhos… sonha com a mobilidade, com a possibilidade de praticar atividades simples sem cansaço extremo, com roupas que caibam sem constrangimento, com a redução de doenças associadas—como diabetes e hipertensão—e, principalmente, com a chance de se reconhecer no espelho. Muitos esperam, ainda, uma mudança na forma como são vistos e tratados pela sociedade, já que o estigma do peso muitas vezes os define antes mesmo de sua personalidade.

A cirurgia bariátrica pode trazer transformações muito positivas, porém pode trazer também efeitos colaterais em pessoas recém operadas. Um dos efeitos colaterais mais comuns—e preocupantes—no pós-operatório é a queda de cabelo, que costuma ocorrer entre o terceiro e o sexto mês após a operação. Esse problema está diretamente ligado a deficiências nutricionais, especialmente de proteínas, vitaminas e minerais essenciais para a saúde capilar.

O que ocorre é que a cirurgia bariátrica altera a anatomia do sistema digestivo, e essas mudanças podem afetar a capacidade do corpo de absorver vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais, levando a deficiências nutricionais se não houver um acompanhamento adequado.

Por que o cabelo cai após a bariátrica?

O corpo passa por um estresse metabólico após a cirurgia, e a redução drástica na ingestão de alimentos—aliada à má absorção de nutrientes—pode levar a:

  • Deficiência de proteínas (o cabelo é feito principalmente de queratina, uma proteína);
  • Falta de minerais essenciais para o crescimento dos fios;
  • Carência de vitaminas;
  • Baixos níveis de ácidos graxos essenciais, que mantêm o couro cabeludo saudável.

Além disso, o efeito do emagrecimento rápido pode desencadear um tipo de queda chamado eflúvio telógeno, em que os fios entram precocemente na fase de repouso (fase telógena) e caem em grande quantidade.

A queda de cabelo no pós-bariátrica é comum, mas não precisa ser inevitável. Com acompanhamento profissional, suplementação adequada e uma dieta equilibrada, é possível minimizar o problema e garantir que os fios se recuperem junto com a saúde do paciente pós-bariátrico.

 

Fernanda Resende, colunista de saúde estética.
Acompanhe-me por aqui para informações e reflexões sobre beleza e bem-estar!

Autor

  • Graduada em Biomedicina e Pós Graduada em Estética Avançada, atua na área há mais de 8 anos, tendo como foco procedimentos faciais e capilares. Neste espaço, compartilha informação, conhecimento, experiências e reflexões sobre o universo da estética, sempre em harmonia com a saúde – porque beleza, saúde e bem-estar caminham juntos.

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