Com dívidas de R$ 130 milhões, FMU entra com pedido de recuperação judicial em São Paulo

A Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), instituição de ensino superior privada de São Paulo entrou, nesta quinta (13), com pedido de recuperação judicial para renegociar dívidas de R$ 130 milhões. No pedido feito à Justiça paulista, a FMU explica que a recuperação judicial visa proteger o caixa da instituição, que ainda se ressente de investimentos feitos durante a pandemia para garantir que as aulas online fossem possíveis. A FMU tem cerca de 70 mil alunos e nove unidades em São Paulo.

Desde o fim de 2023, a FMU informou que vem tomando providências para equalizar sua dívida, mas ainda existem fatos que podem atrapalhar a gestão da empresa, diz o pedido. A faculdade também se ressente de problemas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), do governo federal, programa que viu a inadimpência crescer e foi esvaziado no governo passado. Em 2021, por exemplo, o programa teve o menor número de vagas em 11 anos, 93 mil contratos. No ápice, em 2014, chegaram a ser oferecidos 732 mil contratos no ano.

“Graças aos ajustes operacionais feitos, a FMU projeta uma melhora substancial em sua margem Ebitda (lucro antes de impostos, tributos, depreciações e amortizações) ajustada ao longo de 2025, estimada em 21,5%”, diz o pedido. Em 2023, a margem Ebitda foi de 14,1%. O faturamento líquido da instituição, ano passado, foi de R$ 318 milhões.

A FMU foi fundada em 1968 pelo professor Edevaldo Alves da Silva. Em 2013, a instituição foi vendida para o Grupo Laureate, uma rede global de instituições de ensino superior privadas, que chegou ao Brasil em 2005.

Em 2020, a Ânima Educação, grupo nacional, comprou as operações do Laureate no Brasil por R$ 4,4 bilhões. A Ânima vendeu a FMU à gestora americana Farallon Capital Management por R$ 500 milhões para evitar problemas concorrenciais junto ao Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade). A Ânima também é dona da Universidade Anhembi Morumbi e da São Judas.

Entre os problemas enfrentados pela faculdade, estão atraso no pagamento de IPTU, levando a bloqueio de contas, imóveis de algumas unidades com dívidas que tiveram que ser fechados, levando a uma disputa arbitral com antigos proprietários.

A instituição tem 1.100 funcionários diretos e 2.000 indiretos. Não há impacto para os alunos com o pedido de recuperação judicial e as aulas continuam normalmente.

“Nada irá mudar com essa recuperação judicial. Os programas acadêmicos, estágios, parcerias e projetos sociais seguirão normalmente”, diz a FMU no pedido à Justiça feito pelo escritório Galdino, Pimenta, Takemi, Ayoub Salgueiro, Rezende de Almeida.

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