Com grito de ‘Fora, Reis’ e apoio de caciques do PT do Rio, Zito oficializa candidatura em Caxias

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Chamado de “Rei da Baixada” nos anos 1990 por suas votações expressivas, o ex-prefeito tem passagens por legendas de antigos adversários do PT na região, como PP, PSDB e PSB. Com dificuldade de encontrar nomes de apelo popular na região, o Partido dos Trabalhadores bateu o martelo sobre o apoio, de olho no fortalecimento da legenda para 2026. A intenção é ter prefeitos aliados para estancar o bolsonarismo, mesmo que em siglas de centro, para dar capilaridade à campanha de reeleição do presidente Lula.

Sobre gritos de “Fora, Reis”, em referência ao seu maior adversário na disputa deste ano, Netinho Reis (MDB) , a convenção contou com a participação de nomes importantes do PT fluminense, como os deputados federais Lindberg Farias e Benedita da Silva, e o secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República e ex-presidente da Alerj, André Ceciliano.

Netinho pertence a uma família influente na política local: é sobrinho-neto do atual prefeito, Wilson Miguel (MDB) — que não deve disputar a reeleição —, e sobrinho do ex-prefeito Washington Reis (MDB), que hoje ocupa o cargo de secretário estadual de Transportes no governo de Cláudio Castro (PL). O clã Reis também conta com o endosso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante o evento, os representantes petistas levaram a mensagem de parceria com o candidato do PV, prometendo “todos os recursos” para a administração municipal.

— A gente conhece bem Duque de Caxias e sabe que apenas o Zito pode reestabelecer a ordem. E podem ter certeza de que a cidade receberá todos os recursos federais para finalmente ter metrô e barca. É um sonho da população que será realizado — disse Ceciliano.

Lindbergh disse ter se encontrado Lula na sexta-feira, que teria prometido “a maior parceria da história” com Caxias. Sem citar nominalmente Washington Reis e seu sobrinho, parlamentar se referiu a Netinho Reis como “pau mandado”.

— Esse pessoal que está aí acha que se resolve tudo dentro de um gabinete com ar-condicionado. Eles estão subestimando o povo, achando que a população vai escolher um pau mandado em vez de escolher um cara como o Zito, que tem experiência e que sabe governar.

Em seu discurso, Zito ressaltou a presença dos parlamentares na convenção.

— No dia 31 de dezembro acaba a farra dessa gente que humilha os moradores, porque no dia 1º de janeiro Duque de Caxias será da população novamente. Fora, Reis! — declarou.

Na última quinta-feira, a segunda pesquisa Quaest sobre a eleição na cidade fluminense mostrou Zito (PV) à frente na preferência dos eleitores, com 38% no levantamento estimulado. Enquanto isso, Netinho Reis aparece em segundo com 26%. Em um eventual segundo turno, o candidato do PT superaria o emedebista, por 44% ante 34%.

Assim como em Duque de Caxias, o PT apoiará outros nomes ao centro na Baixada Fluminense, região com quatro dos dez maiores colégios eleitorais do estado. Em 2016 e 2020, a sigla conquistou apenas uma prefeitura fluminense: Maricá, na Região Metropolitana, fortaleza do partido que resistiu à onda antipetista. Até 2016, eram dez cidades.

Em Nilópolis, a convenção de ontem colocou o emedebista Rogério Ribeiro candidato à prefeitura com Saulo Sessim (Solidariedade) como vice. Saulo é filho do ex-prefeito Sérgio Sessim e neto do ex-deputado federal Simão Sessim. A chapa conta com o o apoio do PT para enfrentar o atual prefeito Abraãozinho David (PL), sobrinho do presidente de honra da Beija-Flor, Anísio Abrão David, e do ex-prefeito Farid Abrão David. Os pais de Simão e Abraãozinho eram primos.

Internamente, o PT se considera favorito em quatro municípios, nenhum entre os mais populosos do estado: Maricá, onde o deputado federal e ex-prefeito Washington Quaquá concorrerá; Japeri, com a reeleição de Fernanda Ontiveros, filiada em 2023; Paracambi, com o deputado estadual Andrezinho Ceciliano; e Pinheiral, com Rivalney Pedrosa.