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Crateras lunares podem ser milhões de anos mais antigas que o estimado

Parece que algumas regiões da Lua são 200 milhões de anos mais antigas do que o estimado anteriormente. A descoberta foi feita por pesquisadores da Noruega e da França, e pode ajudar os cientistas a compreenderem melhor os eventos por trás da evolução da superfície lunar.

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Como hoje a Lua é geologicamente inativa, as crateras formadas pelo impacto de cometas e asteroides seguem preservadas. Estas formações também existem na Terra, mas acabaram escondidas pelos movimentos e processos na superfície do nosso planeta.

Para medir a idade da superfície lunar, os pesquisadores costumam usar o método da contagem de crateras, que é um procedimento padrão. Contudo, esta técnica traz resultados diferentes daqueles obtidos com análises das amostras coletadas durante o programa Apollo.


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Uma das formas de descobrir a idade da superfície lunar é contar a quantidade de crateras (Imagem: Reprodução/NASA, Lunar Reconnaissance Orbiter, SVS/Jai & Neil Shet)

Foi assim que a equipe do novo estudo percebeu que precisava encontrar uma forma de correlacionar individualmente as amostras do programa Apollo, junto de suas datas, à quantidade de crateras nos arredores do lugar onde elas foram obtidas.

Para garantir quais amostras pertenciam às áreas da superfície onde as crateras foram contadas, eles correlacionaram as amostras a dados de espectroscopia. O trabalho foi iniciado em 2014 e, quase uma década depois, a equipe descobriu que a discrepância poderia ser resolvida ao acrescentar 200 milhões de anos à idade da superfície da Lua.

Uma das maiores diferenças de idade do método foi observada na bacia Imbrium, uma cratera de impacto com mais de 1.100 km de diâmetro. Estimativas anteriores indicavam que a cratera foi formada por um impacto ocorrido há 3,9 bilhões de anos, mas os resultados do novo estudo apontam que, na verdade, o evento teria acontecido há 4,1 bilhões de anos.

Mare Imbrium em foto tirada pelos astronautas da Apollo 17 (Imagem: Reprodução/NSSDC)

Vale ressaltar que os resultados não significam que houve mudanças nas estimativas da idade da Lua, que permanece em 4,5 bilhões de anos, mas sim de sua superfície. As mudanças não são uniformes: o método usado mudaria a idade de todas as áreas da superfície lunar, mas as maiores diferenças estão nas áreas mais antigas dela.

“[Esta diferença] nos permite voltar no tempo em um período intenso de bombardeamento do espaço, que agora sabemos que aconteceu antes da atividade vulcânica extensa”, disse Stephanie Werner, professora que apresentou o estudo na Conferência Goldschmidt. Além de ajudar a revelar mais sobre a evolução da superfície da Lua, o novo sistema tem implicações importantes também para a compreensão de como foi o início da formação do Sistema Solar.

Os artigos com os resultados do estudo foram aceitos para publicação na revista The Planetary Science Journal.

Leia a matéria no Canaltech.

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