
Ligamos na Netflix para conferir o atual Top 1 da plataforma, sempre com o coração aberto para nos surpreendemos com boas histórias. Não foi o que aconteceu. Ao tentar abordar uma jornada de redenção e novos olhares sobre uma alma completamente envolvida na violência e desumanidade ao longo da vida, o longa-metragem Alvo da Máfia se revela como um entretenimento rápido e rasteiro que, em menos de 15 minutos, despeja um mar de conflitos mal resolvidos na tela, culminando em um final previsível e com soluções óbvias.
Dirigido pelo cineasta tailandês Wych Kaosayananda, com roteiro assinado por Peter M. Lenkov e Ken Solarz, o filme busca a mesma receita de bolo de muitos outros filmes de ação. Não avança em camadas, deixando o rastro de sangue ditar o ritmo de sua trama. Com a perspectiva centrada em seu fraco protagonista – cuja construção não ganha maiores observações – somos conduzidos para um sonolento parque de diversões dos clichês.
Bang (Jack Kesy) é um assassino de aluguel caladão que trabalha para uma organização criminosa comandada por um inescrupuloso empresário (Peter Weller, aquele mesmo famoso intérprete de Robocop). Após sofrer um atentado e ficar entre a vida e a morte, ele se recupera e passa a enxergar o mundo com outros olhos, embarcando em jornada de redenção ao se aproximar da esposa de seu doador.
Sem a pitada de criatividade que cada vez mais os cinéfilos procuram, e abusando de fórmulas gastas e situações violentas, o projeto avança como um desfile de estereótipos pelas linhas de um roteiro preguiçoso, que busca equilíbrio em uma narrativa marcada por um ritmo acelerado e por personagens na contramão do carisma, carentes de complexidade.
Alvo da Máfia se consolida como mais um filme esquecível disponível pelos streamings neste ano – uma obra sem personalidade, que cata os cacos de estruturas requentadas de um gênero carente de boas histórias para entregar somente o mais do mesmo.