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Disse ao Bolsonaro que reforma tributária é do Congresso, diz Lira à CNN após aprovação

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, em entrevista à CNN na tarde desta sexta-feira (7), que falou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a aprovação da reforma tributária e disse que “a reforma era do Congresso Nacional”.

A Câmara dos Deputados analisou os destaques remanescentes e concluiu a votação da reforma tributária nesta sexta. Com isso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) vai à análise do Senado.

Na aprovação do texto-base no primeiro turno, dos 382 votos favoráveis, 20 votos “sim” vieram do PL, sigla de Bolsonaro, que se posicionou contrário ao texto da reforma e pediu aos seus aliados que não aprovassem a medida.

Na entrevista desta sexta, Lira disse que a “reforma tributária não é uma reforma política, nem partidarizada”. “A reforma tributária não era de governo, nem de oposição. É de país, nasceu no Congresso. Os autores, tantos senadores quanto deputados, pertencem a essa Casa”, afirmou o deputado.

“A única coisa que disse ao presidente Bolsonaro, sem nenhum tipo de sentimento pejorativo: afirmar que a reforma era do Congresso Nacional, nasceu no Congresso Nacional e pertence ao povo brasileiro. A partir daí cada um faz o seu posicionamento político”, acrescentou.

Na noite da quinta-feira, ainda antes da aprovação da reforma, Lira disse a jornalistas que havia enviado mensagem a Bolsonaro, mas não foi respondido.

O ex-presidente defendia que o texto não fosse votado e pedia que os parlamentares do PL se posicionassem contra a proposição.

O governador de São Paulo participou de reunião do PL na manhã da quinta-feira. Tarcísio enfrentou críticas e animosidade ao ponderar a necessidade de fazer um aceno público à proposta.

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Em seu discurso na reunião, mostraram vídeos publicados, Tarcísio foi interrompido bolsonaristas — e até pelo próprio ex-presidente. Com isso, entrou em rota de colisão com o grupo e passou a ser alvo de críticas.

Texto da reforma tributária pode vir melhor do Senado, diz Lira à CNN após aprovação

Na mesma entrevista, Lira afirmou que acredita que o texto da reforma tributária, aprovado na Câmara dos Deputados em dois turnos, pode vir “melhorado” do Senado.

A Câmara dos Deputados analisou os destaques remanescentes e concluiu a votação da reforma tributária nesta sexta. Com isso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) vai à análise do Senado.

Lira disse que a Câmara é “a casa do povo”, com “513 parlamentares que representam as diversas camadas de ideologia e pensamento”.

“O Senado é a casa revisora, a casa que representa a federação. Por certo, lá o peso dos estados será igual e o texto pode, sim, vir melhorado ou modificado. É da natureza democrática, e a Câmara e o Senado, ao final, sem nenhuma Casa se sobrepor à outra, terão que ter um texto comum para que seja promulgado”, acrescentou o deputado.

O texto do projeto foi aprovado no segundo turno durante a madrugada desta sexta-feira, com 375 votos favoráveis e 113 contrários.

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Pela manhã, na análise dos destaques remanescentes, um foi à frente (destaque 27) e retirou do texto benefícios previstos para indústrias das regiões Norte e Nordeste e fabricantes de veículos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Em seu balanço da tramitação, Lira disse que “nenhum texto é perfeito” e “não tem esperanças” que o texto passe ileso pelo Senado.

“Nenhum texto é perfeito, ainda mais em uma casa com 513 membros, com tanta diversidade. O Senado terá sua oportunidade, a partir de agora, de se debruçar sobre essa matéria. Uma Casa de cunho federativo, que representa os estados”, afirmou o presidente da Câmara.

“Por certo, nós não temos esperança, o texto tende a ser modificado e, se e quando retornar à Câmara dos Deputados, nós analisaremos com todo respeito as mudanças que o Senado venha a fazer”, acrescentou.

“Marco fiscal deve ficar para agosto”, diz Lira à CNN

Na mesma entrevista à CNN, Lira afirmou que a votação do arcabouço fiscal na Casa deve ficar para agosto, após o recesso parlamentar.

Ele disse que o projeto do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) deve começar a ser apreciado nesta sexta.

“O projeto do arcabouço, infelizmente hoje o relator, deputado [Claudio] Cajado, não se encontra em Brasília e nem disponibilizou o texto. Lógico que o nosso foco a semana toda era a reforma tributária, e [o arcabouço fiscal] deve ficar para agosto”, afirmou.

O marco fiscal deve ser a última das matérias que marcam a “maratona” da Câmara dos Deputados a ir ao plenário – após reforma tributária e o PL do Carf.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista a jornalistas que acredita que o projeto de lei (PL) do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) pode ser votado ainda nesta sexta-feira (7).

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“Vamos ver se votamos o Carf hoje, para liberar a pauta e partir para o marco fiscal“, disse. O PL do Carf tramita em regime de urgência e, por não ter sido votado dentro do prazo, trava a pauta da Casa.

Haddad admitiu que o tempo é apertado para a votação do Carf e do marco fiscal nesta reta final de trabalhos legislativos que precedem o recesso parlamentar. Mas destacou que o arcabouço está “praticamente aprovado”.

Publicado por Léo Lopes, com informações de Gustavo Uribe, Raquel Landim e Basília Rodrigues, da CNN

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