Escolas vazias. Lojas fechadas. Perdas de empregos generalizadas. Essa era a dura realidade que se apoderava dos nova-iorquinos há cinco anos, quando a pandemia da Covid-19 paralisou a maior cidade dos Estados Unidos, uma das maiores do mundo. A cidade perdeu quase um milhão de empregos em março e abril de 2020.
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Desde então houve aumento da renda, mas a taxa de desemprego e a inflação ficaram maiores do que antes da pandemia. Enquanto as famílias de classe média e baixa renda lutavam para descobrir como absorver os aumentos de preços, o número de ultra-ricos da cidade cresceu 11% de 2019 a 2022.
Ao mesmo tempo, o registro de ratos — um indicador do nível de limpeza pública e bem-estar — cresceu enormemente: +48,7%. A maior parte dos ”avistamentos de ratos” foi na região do Queens, curiosamente onde nasceu Donald Trump, que tornou-se bilionário e presidente dos EUA.
Confira os principais indicadores da cidade:
Nova York está se saindo melhor do que antes da pandemia em termos de Produto Interno Bruto(PIB), que cresceu 6,1% desde a pandemia, mas o desemprego foi de 5,2% em 2024, acima da taxa anual de 4% em 2019. Embora muitos empregos tenham voltado após a onda inicial de demissões, grande parte do crescimento está em funções de remuneração relativamente baixa.
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A renda familiar cresceu 10,3% desde a pandemia, mas a taxa de inflação de Nova York subiu 20,1% e continua a superar a do país em geral.
Nova York, assim como os EUA em geral, tem lutado para se recuperar da perda de aprendizagem causada pelo ensino remoto na era da pandemia. O absenteísmo estudantil aumentou e a matrícula em escolas públicas não retornou aos níveis de 2019 (-9,4%), enquanto nas escolas particulares aumentou 22,1%.
O preço médio de venda de um imóvel subiu 20% de dezembro de 2019 a dezembro de 2024.O aluguel de um apartamento aumentou 16,3%. O número de despejos caiu 10,5%, mas as licenças para novas construções também recuaram (–15,1%). Outro dado impressionante é o que mede o espaço de escritórios vagos em Manhattan, que aumentou 111,4%.
Nova York viu sua receita tributária aumentar 21% em 2024 do que em 2019. Os valores mais altos das casas aumentaram a receita com imposto sobre a propriedade, e a inflação contribuiu para uma receita maior do imposto sobre vendas.
Em medidas-chave de saúde e segurança, a cidade retrocedeu em relação a antes da pandemia. As mortes por overdose de drogas mais que dobraram, embora estejam começando a cair. Também está demorando mais para o Corpo de Bombeiros responder a emergências médicas com risco de vida, o tempo aumentou 16%, o que as autoridades atribuem ao congestionamento do trânsito, à falta de técnicos médicos de emergência e ao aumento no número de casos de emergência.
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Relatos de pequenos furtos em farmácias aumentaram 37% — um dos motivos pelos quais alguns produtos permanecem trancados a sete chaves nesses varejistas — para frustração de muitos compradores.
Autoridades de saneamento da cidade dizem que os avistamentos de ratos, já citados, são um número que historicamente vai em uma direção: para cima. Mas desde que a cidade começou a exigir, em 2024, que prédios residenciais colocassem o lixo em recipientes rígidos em vez de sacos de lixo “atraentes” para ratos nas ruas da cidade, os avistamentos começaram a diminuir, diz o Departamento de Saneamento.
A pandemia desencadeou um êxodo de Nova York, com temores de saúde e o trabalho remoto estimulando os moradores a fugir para cidades e vilas menores. Mais tarde, uma alta nos preços de moradias fez com que mais pessoas fossem embora. Resultado: em relação a 2019, a população de Nova York caiu 3%.
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O número de passageiros do metrô continua bem abaixo de 2019 (-30%).
Já o turismo está quase de volta com força. Os aeroportos da área de Nova York, incluindo o recém-remodelado LaGuardia, superaram o número de viajantes pré-pandemia em 4,1%, e a despesa média dos visitantes subiu 22,3%.