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Esta anã marrom é uma das mais frias já encontradas

Uma nova estrela ultrafria foi encontrada. Chamada WISE J0623, a estrela é uma anã marrom com temperatura de apenas 425 ºC, sendo a mais fria já descoberta em observações de ondas de rádio. Para comparação, considere que a superfície do Sol chega a cerca de 5.600 ºC.

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A estrela fica a cerca de 37 anos-luz da Terra e mede entre 0,6 e 0,9 vezes o raio de Júpiter. A análise da temperatura dela foi feita com novos dados do radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (Askap), na Austrália, que já foi usado para mapear milhões de galáxias.

Desta vez, o observatório estudou esta anã marrom, um tipo de objeto que pode chegar a 80 vezes a massa de Júpiter, mas que não é massivo o suficiente para realizar fusão nuclear. Kovi Rose, autor principal do estudo que descreve a descoberta, contou que é extremamente raro encontrar uma anã marrom como esta.


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Comparação do tamanho de uma anã marrom típica com o de uma estrela pouco massiva e Júpiter (Imagem: Reprodução/NASA/JPL)

Segundo ele, isso acontece porque as dinâmicas destas estrelas não costumam produzir campos magnéticos que geram emissões de rádio detectáveis da Terra. “Encontrar esta anã marrom produzindo ondas de rádio a uma temperatura tão baixa é uma descoberta incrível”, acrescentou. A temperatura dela é próxima daquela de um forno de pizza comercial.

Apesar de os astrônomos já entenderem bem como as estrelas maiores produzem campos magnéticos e emissões de rádio, estes processos ainda não são bem compreendidos nas anãs marrons. Mesmo assim, a equipe tem uma suspeita de como isso pode ocorrer.

É possível que a rápida rotação destas estrelas tenha papel importante nas emissões de rádio. Quando o campo magnético gira a uma velocidade diferente daquela da atmosfera ionizada da anã marrom, ele pode gerar correntes elétricas. Portanto, as ondas de rádio podem vir do fluxo de elétrons até os pólos da estrela, e conforme ela gira, ocorrem as emissões observadas.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

Leia a matéria no Canaltech.

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