O governo dos EUA confirmou o envio de dez membros da gangue Trem de Aragua, da Venezuela, para a base americana de Guantánamo, em Cuba. Os primeiros voos, com origem em El Paso, no Texas, chegaram ao destino na tarde de terça-feira, informou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista coletiva.
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“Eles estão alojados em instalações de detenção vazias”, disse o Pentágono em um comunicado, após classificá-los como “dez estrangeiros ilegais de alto risco”, sem especificar os crimes dos quais são acusados.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que as instalações estivessem preparadas para receber 30.000 migrantes e disse que enviaria “criminosos” em situações irregulares.
Como justificativa, o Departamento de Defesa disse que o Departamento de Imigração e Alfândega está tomando essa medida para garantir a “detenção segura desses indivíduos” até que possam ser transportados para seu país de origem ou outro destino apropriado
O governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, cuja reeleição os EUA reconhecem como fraudulenta, afirmou que está comprometido a aceitar o retorno de seus cidadãos, incluindo membros de gangues.
Trump está conduzindo uma repressão à imigração ilegal por meio de batidas em várias cidades e da revogação das vias de imigração legal de seu antecessor Joe Biden. De acordo com a Casa Branca, mais de 8.000 migrantes irregulares foram detidos, dos quais 461 foram libertados por vários motivos, desde que os republicanos voltaram ao poder.
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A prisão da Baía de Guantánamo foi inaugurada em 2002 como parte da “guerra ao terror” declarada após os ataques de 11 de setembro de 2001. Ela costuma ser usada para manter prisioneiros capturados durante guerras e outras operações, além de deter solicitantes de asilo e refugiados interceptados no mar.
Algumas associações denunciam o tratamento dado aos migrantes em Guantánamo, com base em testemunhos de que os migrantes são vigiados quando ligam para um advogado, são obrigados a usar óculos escuros durante o transporte e as instalações estão cheias de ratos devido às condições higiênicas deploráveis.