Em artigo publicado na revista científica eBioMedicine, um grupo de pesquisadores apontou que o grupo sanguíneo pode influenciar no risco de câncer de estômago. Segundo a análise conduzida pela University Hospital Magdeburg (Alemanha), o tipo A estava relacionado com um risco maior de desenvolver a doença, enquanto o tipo O teve as menores chances.
Para chegar a essa informação, os pesquisadores analisaram os dados de mais de 5.800 pessoas diagnosticadas com a doença. O grupo afirma que os processos moleculares associados ao câncer gástrico variam significativamente, mas revelam um perfil de risco genético.
O estudo identificou duas seções de DNA associadas a um risco aumentado de câncer gástrico, mas os pesquisaores ressaltam a relevância de outros fatores de risco para o câncer em questão, como avanço da idade, presença da bactéria Helicobacter pylori causando inflamação na mucosa gástrica, alta ingestão de sal ou excesso de carne.
Anteriormente, pesquisadores afirmaram que o tipo de sangue é regulado pela quantidade de antígenos e anticorpos, que atuam como uma barreira natural contra a invasão de substâncias estranhas. Com isso em mente, de acordo com um estudo do American Journal of Epidemiology, pessoas com sangue tipo A têm um risco 15 a 20% maior de câncer de estômago do que outros tipos sanguíneos.
Na ocasião, os autores propuseram que a causa está relacionada à bactéria Helicobacter pylori, uma vez que as pessoas com sangue tipo A têm uma resposta imunológica mais fraca à bactéria em questão.
Câncer de estômago
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tipo adenocarcinoma é responsável por cerca de 95% dos casos de tumor do estômago. No entanto, outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem surgir no órgão.
O Instituto salienta que, no Brasil, o câncer de estômago é o quarto tipo mais frequente entre homens e o sexto entre as mulheres, ou seja, faz parte dos dez tipos de câncer mais comuns do país.
“Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais, como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar tanto uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) como um tumor de estômago. Durante o exame físico, o paciente com câncer pode sentir dor no momento em que o estômago é palpado”, diz o Instituto.
Ainda de acordo com o INCA, sangramentos gástricos são incomuns no câncer de estômago, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10% a 15% dos casos. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).
Fonte: eBioMedicine, Cancer Council, NHS, Vinmec International Health, Instituto Nacional do Câncer (INCA)