
A sessão da CPMI do 8 de Janeiro, desta quinta-feira (17), foi marcada também por uma discussão entre o depoente Walter Delgatti Neto – conhecido por ter obtido e revelado mensagens de autoridades da Lava Jato, no caso conhecido como “Vaza Jato” – e o senador Sergio Moro, que atuou como juiz nos processos da operação.
A confusão começou quando Moro questionou quantos processos por crimes de estelionato Delgatti “responde ou respondeu”. O hacker disse que “cerca de quatro ações”, e alegou que foi absolvido em todas.
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O senador então afirmou que existem 46 processos em diferentes instâncias, e acrescentou: “Quem é João Octavio Paschoalino?”
“Era um gestor de um banco que citou meu nome e, na audiência, segundo ele, foi coagido a falar meu nome porque em Araraquara eu sofri a perseguição de um promotor e um delegado”, respondeu Delgatti.
Os dois continuaram discutindo sobre o processo. Enquanto o hacker afirmava que foi inocentado, Moro dizia que houve condenação e a pena não foi aplicada por prescrição.
O principal momento do bate-boca aconteceu quando Moro leu trecho de um processo que acusa Delgatti de ter participado da invasão de dados de clientes de um banco. “Quantas pessoas já foram vítimas do estelionato que o senhor praticou?”, indagou Moro.
O hacker rebateu: “Relembrando que eu fui vítima de uma perseguição em Araraquara. Inclusive equiparada à perseguição que Vossa Excelência fez com o presidente Lula e integrantes do PT. Ressaltando que eu li as conversas de Vossa Excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz. Cometeu diversas irregularidades e crimes.”
Moro pediu à presidência da CPMI que Delgatti fosse advertido “que não pode chamar um senador de criminoso, cometendo um crime de calúnia”.
“Eu peço escusas então”, respondeu o hacker.
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O senador Cid Gomes, que ocupava a cadeira da presidência da Comissão no momento, então interveio e disse: “O senhor, por favor, respeite o plenário dessa Casa.”
Ao começar uma nova discussão entre a dupla, Cid Gomes interrompeu e pediu: “Solicito que haja respeito de ambas as partes. A testemunha deve ser tratada como respeito e é obrigação dessa presidência que os integrantes dessa Casa sejam tratados com respeito. Por favor, que não se repita mais.”
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