
Dados do Censo 2022 mostram que Uberlândia abriga a quarta maior favela do estado. O Residencial Integração, com 13.136 moradores distribuídos em 4.473 residências, lidera a lista das 24 favelas e comunidades urbanas identificadas pelo IBGE no município.
O conjunto dessas localidades reúne 31.985 moradores — o equivalente a 4,5% da população de Uberlândia. São 10.800 domicílios, majoritariamente casas (95%), além de unidades degradadas ou inacabadas, cortiços, apartamentos e casas de vila.
Saneamento e coleta de lixo
A coleta de lixo alcança 98,8% das moradias dessas áreas. Já o saneamento mostra maior fragilidade: apenas 49,3% dos domicílios estão ligados à rede geral de esgoto ou rede pluvial.
Outros números revelam o contraste:
13,7% usam fossas sépticas não conectadas à rede
36,3% utilizam fossas rudimentares
Parte das moradias tem valas, despejo em cursos d’água ou outras formas precárias de esgotamento
0,1% não possui banheiro
No abastecimento de água, 95,1% contam com água canalizada dentro da residência. Outros 4,4% têm água apenas no terreno, enquanto 0,5% não possuem canalização.
Pavimentação, calçadas e acessibilidade
O levantamento aponta que só 48,2% dos domicílios estão em vias pavimentadas.
Além disso:
81,5% apresentam arborização no entorno
58,5% contam com calçadas ou passeios
Entre esses locais, 56,5% das calçadas possuem obstáculos
Apenas 10% dispõem de rampas acessíveis para cadeirantes
Equipamentos públicos e serviços
Em 2022, treze das 24 comunidades tinham ao menos um estabelecimento religioso, somando 101 ao todo — sendo 52 apenas no Residencial Integração.
A estrutura educacional também é limitada: somente duas comunidades possuíam escolas ou creches, totalizando seis unidades. Nenhuma das localidades contava com unidades de saúde.
Como o IBGE define favelas e comunidades urbanas
A partir de 2024, o IBGE adotou oficialmente os termos “favelas e comunidades urbanas”, substituindo “aglomerados subnormais”. A mudança mantém os mesmos critérios técnicos e reflete a forma como esses territórios são reconhecidos socialmente.
Segundo o instituto, essas áreas representam espaços construídos pela própria população para suprir a falta de moradia formal e infraestrutura, revelando desigualdades estruturais, ausência de serviços e insegurança na posse do solo.