A 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal determinou a soltura de Walter Delgatti, que ficou conhecido pelo acesso hacker de mensagens da Lava Jato. A informação foi confirmada pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira.
“A defesa entende que foi dado ao Walter o direito ao trabalho, desse modo se cumpriu a legislação. Foi feita justiça”, disse à CNN.
Com a soltura, Delgatti terá que usar tornozeleira eletrônica. Ele poderá voltar a usar a internet desde que seja para trabalho. Conforme a defesa, a profissão de Delgatti depende do uso da internet.
A CNN apurou que Delgatti será obrigado a encaminhar relatório à Justiça, mensalmente, com os endereços eletrônicos que acessa, quais postagens fez nas redes sociais, e também a justificativa.
A decisão é da noite de domingo (9), do juiz Ricardo Leite. A prisão do hacker da Lava Jato havia sido decretada pelo próprio magistrado, no final de junho. O hacker foi preso pela Polícia Federal (PF) em São Paulo.
Agora, Delgatti terá que atualizar endereços e comunicar à Justiça sempre que uma viagem durar mais de 48 horas.
Segundo os investigadores, Delgatti descumpriu restrições judiciais. Ele voltou a usar a internet, mesmo proibido, e teria mudado de endereço sem comunicar a Justiça.
A PF identificou contas de e-mails e também um site de compras atreladas a Delgatti. De acordo com a investigação, selfies feitas pelo hacker, armazenadas nas contas em datas posteriores à proibição judicial, facilitaram a associação de Delgatti às contas. Os acessos a esse endereço eletrônico teriam sido feitos em setembro, outubro e novembro de 2022.
Inicialmente, Delgatti não foi encontrado em dois endereços que forneceu à Justiça, em Araraquara e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
O hacker já havia sido preso preventivamente em 2019, depois de invadir mensagens de investigadores da Lava Jato por meio do aplicativo Telegram, o que resultou no escândalo da Vaza-Jato.
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