Ao abrir as portas do governo para partidos que apoiaram o governo Bolsonaro, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta o desafio de não desagradar o próprio partido. Atualmente, a legenda ocupa dez dos 37 ministérios da Esplanada.
A políticos petistas, Lula assegurou, na sexta-feira (7), que irá escolher os locais para acomodar os novos aliados, sem sangrar o PT. O compromisso é de fazer as mudanças somente em agosto, o que daria tempo para amadurecer algumas das promessas feitas a neo-governistas como Republicanos e Progressistas (PP).
“Todos para dentro do governo. Mas só em agosto”, afirmou à CNN um dos líderes que esteve na reunião com Lula no Palácio da Alvorada. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também esteve no encontro. “Lula está apalavrado conosco”, disse um líder do centrão.
Na mira das novas mudanças na Esplanada, o ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, poderia ir para outra pasta, se confirmada a mudança.
O PP indicou o líder do partido na Câmara, André Fufuca (PP-MA), para o lugar de Dias, que também se elegeu senador pelo PT em 2022. Mas Lula tem planos de não tirar Dias do primeiro escalão de governo e, se necessário, transferi-lo para outro ministério, o que ainda está em discussão.
A ministra do Esporte, Ana Moser, perderia a pasta para Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). A ex-atleta é considerada ministra da cota de Lula e não de partido.
Prestes a assumir uma posição no time, o Republicanos comunicou ao governo que, mesmo com a cadeira de ministro, manterá divergências com o governo sobre pautas de costume.
Para simbolizar o novo momento de articulação política, lideranças da Câmara se preparam para uma cerimônia de posse conjunta com muitos políticos convidados.
As mudanças foram negociadas após a aprovação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, na madrugada da sexta-feira.
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