O lugar da mulher na ciência

Em 2010, a carência de mulheres na área de ciências exatas foi colocada em debate quando Brasil e Estados Unidos assinaram o Memorando de Entendimento para o Avanço da Condição da Mulher, com o propósito de promover a igualdade de gênero em diversas áreas de atuação profissional. Através disso, o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) foi pioneiro ao lançar, em 2011, o Edital Futuras Cientistas, que tinha como objetivo aproximar estudantes e professoras do Ensino Médio de escolas públicas estaduais e despertar o interesse de jovens mulheres nos diversos campos da ciência.

Com o apoio financeiro do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o edital se expandiu por todo território nacional em 2022. Assim, cada instituição participante apresenta um projeto dentro da temática do “Mulher e Ciência”. Atualmente em sua 10º edição, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) irá sediar pela primeira vez o programa no Campus Pontal, em Ituiutaba, entre 4 a 30 de janeiro de 2024.

Por meio de um edital divulgado pelo Cetene, as professoras doutoras Vanda Maria Luchesi, Evaneide Alves Carneiro, Tania Maria Machado de Carvalho, Milena Almeida Leite Brandão, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais do Pontal, enviaram a proposta do projeto intitulado “Triângulo de Minas em STEM” e foram aprovadas, sendo contempladas com a oportunidade de receber e coordenar o programa na UFU.

Idealizado por quatro professoras do curso de Matemática da UFU Pontal, o projeto tem como intuito promover o crescimento da presença e liderança feminina na Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática mediante a formação de um ambiente seguro e inclusivo. O projeto utilizará da Robótica Pedagógica nas aulas presenciais, ou seja, contará com a utilização de um kit de robótica educacional para executar testes empíricos com o objetivo de resolver problemas reais de forma lúdica e concreta. A Robótica Pedagógica é dividida em quatro experimentos recreativos, abordando o pensamento computacional de forma educativa e compreensível, sendo uma forma de aprender se divertindo com brinquedos que, por muito tempo, foram destinados apenas ao público masculino.

De acordo com a coordenadora do projeto, Vanda Maria Luchesi, a comunidade de Ituiutaba terá a oportunidade de entender e valorizar o papel das mulheres da região, além de proporcionar uma nova forma de ensino que utilize novas tecnologias. “Tenho a sensação que é minha, ou melhor, nossa missão mostrar que somos mulheres, cientistas, bem sucedidas e felizes com nossa profissão para as futuras gerações”, explica Luchesi.

A professora acrescenta que o  “Triângulo de Minas em STEM” é o único grupo de mulheres com enfoque nessa área em toda a região do Triângulo Mineiro. Sobre o sentimento de fazer parte do projeto, ela também acrescenta: “Queremos fazer nosso papel para mudar esse cenário, o mercado precisa de engenheiras! Existem dados estatísticos de que projetos desenvolvidos por equipes que envolvem mulheres são mais seguros”.

O  “Futuras Cientistas” busca diminuir os obstáculos encontrados por meninas e mulheres e incentivar sua presença nos espaços científicos. De acordo com dados do Cetene, 70% das participantes do programa foram aprovadas no vestibular e 80% delas escolheram cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia. O programa é composto por três etapas, sendo elas: a imersão científica com atividades práticas em laboratórios, as aulas remotas e algumas palestras temáticas. Todo o processo é monitorado por especialistas da área.

As inscrições podem ser feitas através de um formulário virtual disponibilizado no Instagram do programa (@futuracientistas) junto com o edital e vão até o dia 4 de setembro de 2023. Podem se inscrever professoras e alunas do 2º ano do Ensino Médio de escolas públicas estaduais.

Para mais informações da Imersão Científica 2024, basta acessar o site do programa.

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