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Oposição quer emplacar sequência de depoimentos para virar discurso na CPMI do 8 de janeiro

Depois de uma série de depoimentos convocados por parlamentares governistas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, a oposição quer abrir espaço para a convocação de pessoas que possam endossar o discurso de negligência do governo federal.

Nesta terça-feira (11), dia em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é esperado para ser ouvido, a CPMI vota os requerimentos de convocação de Adriano Machado, fotógrafo da Revista Crusoé e Agência Reuters, e do major do Exército Brasileiro José Eduardo Natale de Paula Pereira, militar do Gabinete de Segurança Institucional.

Adriano Machado aparece em imagens de câmera de segurança registrando depredação em meio aos invasores e isso vem sendo usado como argumento por alguns bolsonaristas apontarem que havia profissionais da imprensa dentro do Palácio do Planalto antes da invasão e que eles seriam cúmplices do ato.

O militar José Eduardo, por sua vez, foi flagrado pelo circuito de segurança servindo água para os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto. As imagens foram reveladas com exclusividade pela CNN em maio.

Outro nome importante para a oposição que defende a leniência do governo no dia das invasões das sedes dos três poderes é o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Gonçalves Dias, que foi exonerado do cargo depois da divulgação de imagens que mostram ele circulando pelo Palácio do Planalto em meio às invasões bolsonaristas.

Apesar da aprovação da convocação no mês passado, ainda não há uma data para a audiência com o ex-ministro.

Dos 40 requerimentos de convocação aprovados pela CPMI, apenas sete pessoas foram ouvidas, todas convocadas pela base governista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na comissão.

O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA) disse, em entrevista exclusiva à CNN no último dia 14, que estava constrangido por apenas requerimentos da base governista terem sido aprovados na comissão até aquele momento.

O último depoimento realizado no final de junho foi o do coronel do Exército Jean Lawand Júnior que, em troca de mensagens com Mauro Cid, pediu para que fosse colocado em prática um plano, em oito etapas, visando que as Forças Armadas assumissem o comando do país diante da derrota do ex-presidente nas urnas.

No depoimento, ele disse que as mensagens tinham como intenção pedir ao então presidente uma “ordem de apaziguamento” para o país e que ele nunca falou em “golpe”. Essa versão, porém, não pegou nem com parlamentares governistas, nem os de oposição: todos rejeitaram a justificativa.

A comissão já ouviu os depoimentos do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, acusado de ter dificultado o voto dos eleitores dos estados do Nordeste, George Washington de Oliveira Sousa, preso pela tentativa de explodir uma bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, e Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.

Além deles, também prestaram depoimento Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia
Civil do Distrito Federal (PCDF), Leonardo de Castro, Diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da PCDF, e Renato Martins Carrijo, perito da PCDF.

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