A Polícia Federal intimou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a prestar um novo depoimento na próxima semana. O interrogatório foi marcado para terça-feira às 14 horas.
A PF recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos de Cid, segundo o Blog da Daniela Lima, do G1. A ideia é questioná-lo sobre eventuais omissões de sua colaboração premiada, que está sendo reanalisada pelos investigadores.
Os arquivos foram acessados por meio de um software israelense da perícia. Conforme investigadores, a descoberta dessas informações atrasaram a conclusão do inquérito sobre a suposta trama golpista. A PF investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro mobilizou ministérios e órgãos públicos para planejar uma forma de se manter no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A colaboração de Cid foi firmada pela Polícia Federal com o aval do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em setembro do ano passado. Alguns meses depois, ele criticou a própria colaboração, dizendo que foi pressionado a “confirmar a narrativa deles”, segundo áudios revelados pela revista Veja.
Cid, então, voltou a ser preso pela acusação de tentar tumultuar a investigação e foi solto dois meses depois. Ao Supremo, ele reafirmou o conteúdo da sua delação e a voluntariedade dos depoimentos.
O acordo de colaboração prevê o compromisso do delator em falar tudo o que sabe sobre o caso investigado. Caso não cumpra esse pacto, ele corre o risco de ter os benefícios da delação anulados.