Dividir a caneta de Ozempic com outra pessoa é perigoso?
Uma pesquisa mostrou que cerca de 2 a cada 3 pessoas abandonam o uso de remédios para emagrecer, como Ozempic ou Victoza, durante o primeiro ano de uso. Os dados foram publicados no JAMA Network Open.
O estudo descobriu que quanto mais alto padrão de vida, mais provável é que as pessoas sigam tomando o remédio de alto custo. Pessoas com diabetes tipo 2 – uma das indicações do remédio – também costumam manter a rotina e seguir tomando.
Por que pessoas abandonam remédio de emagrecer?
De acordo com dados de Truveta, companhia de pesquisas médicas de Washington, e Universidade de Pensilvânia, a maioria dos pacientes abandonam o medicamento por conta do preço.
Os medicamentos de semaglutina, princípio ativo do Ozempic, com frequência são cobertos pelos convênios para pessoas diabéticas, mas não necessariamente para perda de peso.
No entanto, nos EUA, o valor da droga pode chegar a US$1 mil por mês, e muitas das pessoas acabam não conseguindo manter o custo a longo prazo.
Médicos ficam surpresos
Tricia Rodriguez, pesquisadora do Truveta, ficou impressionada com o número alto de descontinuação e tentou entender porque isso acontecia. “Realmente aponta que existem desafios com convênios e preços que deixam o medicamento com pouco acesso para quem não tem diabetes.”
Porém, descobriram que pessoas que ganham mais dinheiro e/ou têm menos efeitos colaterais são mais propensos a continuar o uso, mesmo sem diabetes.
Abandono por efeitos colaterais
Alguns dos principais efeitos colaterais são no sistema digestivo, e alguns casos severos levaram pacientes a, inclusive, processar companhias farmacêuticas. Porém, quem tem perda de peso significativa tem mais chances de seguir o tratamento.
“Este estudo lança luz sobre os desafios que os pacientes do mundo real enfrentam ao permanecerem com esses medicamentos e destaca a necessidade de enfrentar barreiras como custo, cobertura de seguro e políticas equitativas para garantir a disponibilidade”, disse Emanuel, coautor do estudo, em uma declaração.
“Sem essas medidas, corremos o risco de ampliar as disparidades de saúde e negar a inúmeros indivíduos a oportunidade de melhorar sua saúde e qualidade de vida.”