
O primeiro contingente de policiais quenianos que deverão liderar uma missão internacional para restaurar a segurança no Haiti, abalado pela violência de gangues, chegou nesta terça-feira a Porto Príncipe. O envio dos militares ocorre quase dois anos após o país caribenho solicitar urgentemente ajuda para conter o aumento da criminalidade.
Um avião da companhia aérea nacional Kenya Airways pousou pouco antes das 14h GMT (11h no horário de Brasília) no aeroporto da capital haitiana – que reabriu no final de maio, depois que as ações das gangues forçaram seu fechamento por quase três meses. A aeronave decolou de Nairóbi na noite de segunda-feira, após o presidente queniano, William Ruto, ter visitado os agentes em cerimônia de despedida.
A proposta do Quênia foi enviar mil agentes policiais ao Haiti para esta missão, cuja duração inicial será de um ano – e na qual Bangladesh, Benin, Chade, Bahamas e Barbados se comprometeram a participar. A ação, contudo, é controversa, e o governo de Ruto desafiou a decisão de um tribunal que a considerou inconstitucional. Críticos também expressaram preocupação sobre o histórico de supostos abusos policiais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/r/B/Z1NAZJSJmTAghuTjmBTQ/106177916-an-elderly-woman-who-was-shot-on-her-foot-screams-for-help-in-port-au-prince-haiti-on.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/B/E/WpyLYhQJqBaCG9m1I0Tw/106186182-topshot-residents-leaving-their-homes-as-gang-violence-escalates-in-port-au-prince-h.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/k/T/dyxbi7RjGbkAYwmx53Lg/106186174-topshot-haitian-police-officers-deploy-in-port-au-prince-haiti-on-march-9-2024-spora.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/j/V/ShIKUYRmWcCZJH9slLoQ/106177954-a-man-tires-to-help-an-elderly-woman-who-was-shot-on-her-foot-in-port-au-prince-haiti.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/R/8/RvSxFBRIu3iBLaM6K1XQ/106115839-topshot-this-screen-grab-taken-from-afptv-shows-tires-on-fire-near-the-main-prison-of-po.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/t/G/MDjAXIQM6bEqW3DZwRgg/106186172-topshot-residents-leave-their-homes-as-gang-violence-escalates-in-port-au-prince-hai.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/q/6/tP1l1CT4uwihgokDtAvQ/106178068-charred-vehicles-remain-parked-as-gang-violence-escalates-in-port-au-prince-haiti-on-m.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/W/N/kCX88mTQippmubkfOlIw/106181372-topshot-an-injured-journalist-is-helped-after-he-was-reportedly-hit-by-a-tear-gas-ca.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/a/5/VkZI05QiyOl6Udp2v93A/105894300-files-people-flee-gang-violence-in-the-petion-ville-neighborhood-of-port-au-prince-on.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/8/A/xbNbjsQMaPcjTviAea3g/afp-20240303-34km9vp-v3-highres-haitiprisonviolence.jpg)
Gangue armada invadiu penitenciária e libertou mais de 4 mil presos, provocando uma situação humanitária cada vez mais precária
O destacamento desta força foi aprovado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em outubro. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, agradeceu a Ruto pela liderança do Quênia na iniciativa. Os EUA, que disseram que o envio de tropas americanas levantaria “todos os tipos de questões que podem ser facilmente deturpadas”, concordaram em contribuir com US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) para a iniciativa.
Mais de 2,5 mil pessoas foram mortas ou feridas nos primeiros três meses do ano no Haiti. O aumento da violência ocorreu em fevereiro, quando grupos armados lançaram ataques coordenados na capital argumentando que queriam derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry, que acabou renunciando. As gangues agora controlam pelo menos 80% de Porto Príncipe e das principais estradas.
— Ariel renunciou não por causa da política, não por causa das enormes manifestações de rua contra ele ao longo dos anos, mas por causa da violência praticada pelas gangues — disse Judes Jonathas, um consultor haitiano que trabalha há anos com prestação de ajuda. — A situação mudou totalmente agora, porque as gangues estão trabalhando juntas.
Segundo publicado pela Associated Press, a chegada dos quenianos marca a quarta grande intervenção militar estrangeira no Haiti. Embora alguns haitianos acolham sua chegada, outros veem a força com cautela, dado que a intervenção anterior — a missão de paz da ONU de 2004-2017 — foi marcada por alegações de abuso sexual e a introdução da cólera, que matou quase 10 mil pessoas. (Com AFP e New York Times)