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Ratchet & Clank no PC: seu HD vai pra Outra Dimensão
Mais um exclusivo do Playstation chegou no PC, e depois de uns sustos com games como The Last of Us, chegamos na expectativa de como esse game ia chegar aos computadores. E a preocupação tem bons motivos: Ratchet & Clank foi a principal vitrine de um novo recurso do Playstation 5: seu SSD superrápido e a tecnologia de compressão, a Kraken.
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O game foi destaque por conta de trechos onde o personagem simplesmente salta entre diferentes mundos em questão de segundos, levando a largura de banda do SSD do console da Sony ao seu extremo, precisando carregar uma grande quantidade de modelos em pouquíssimo tempo. Mas e no PC, isso vai dar certo? Vamos dar uma olhada em nossas impressões com Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão rodando no PC!
A análise e apresentação é de Diego Kerber (@kerberdiego), enquanto a gravação e edição são por Luiz Gabriel (@luiz_bladee).
SSD pra que te quero
Apesar da importância do SSD de nova geração do PS5 para as transições, a Sony não incluiu a demanda por um NVMe PCIe 4.0 ou algo do tipo para rodar no PC. Na maior parte dos requisitos de sistema a recomendação é um singelo SSD, sem nem especificar qual velocidade ou tipo. Indo para o o extremo, na realidade o game em configuração mínima pode até ser rodado em um HD, porém com a recomendação de um SSD aparecendo entre parênteses.
Testando o game em diferentes configurações de hardware, vemos que mesmo um SSD mais lento deve dar conta das transições mais drásticas do jogo. Com um SSD PCIe 4.0, mais especificamente um SSDs Kingston Fury Renegade com velocidade de leitura de 7000MB/s, os carregamentos foram quase instantâneos. Trocar para um SSD SATA, no caso o WD Blue com leitura de 545MB/s, causou um leve bug em uma das transições, mas ainda entrega resultados bastante impressionantes.
O jeito foi “chutar o balde”. Colocamos um HD antigo de notebook de 5400RPM, e aí conseguimos literalmente quebrar o jogo. Entre uma das transições, o mundo não foi carregado a tempo, a física quebrou e o personagem foi lançado no limbo. Impossível de jogar? Na realidade, não, já que foi carregar do último ponto de controle que, dessa vez, deu certo. Mas já nos mostra pela primeira vez um jogo que chega a colapsar porque foi desenvolvido com SSDs em mente.
Algo extremamente importante para o game é que ele tem suporte a novas tecnologias de compressão e comunicação com GPUs, o RTX IO para placas GeForce, e para as demais o uso do DirectStorage 1.2, que também incorpora o GDeflate, que explicamos neste vídeo aqui.
Adaptação para PC
A Insomiac Games entregou bons ports, e Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão não foi diferente. Muitos dos acertos que já vimos nos games do Homem-Aranha, por exemplo, seguem por aqui.
O primeiro é o excelente suporte às tecnologias dos diferentes hardwares disponíveis. Além do já mencionado DirectStorage/RTX IO, temos as tecnologias de upscaling Nvidia DLSS, AMD FSR, Intel XeSS e até uma da própria desenvolvedora, a IGTI (Insomniac Games Temporal Injection).
O game também suporta múltiplos formatos de tela, incluindo o Ultrawide, além de um amplo suporte a diferentes controles.
A configuração gráfica é feita de forma semelhante aos games do “miranha”, com direito a um menu de ajustes antes de abrir o game, o que ajuda a salvar o dia se você fizer uma lambança que “torne insalubre” navegar pelo menu dentro do game, e algo ótimo para os gamers de PC: dá pra mudar vários dos ajustes na hora, e ver a mudança acontecendo em tempo real. Tanto o impacto na qualidade gráfica quanto na performance podem ser medidos de forma rápida.
Performance
No momento de nossos testes, tanto Intel quanto Nvidia já possuíam drivers focados no game. A AMD ainda não tinha um driver específico para Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, e inclusive estava trabalhando com a desenvolvedora para habilitar a tecnologia Ray Tracing em hardwares AMD. No momento do lançamento, não estava disponível.
Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão não terá problemas em ser rodado em games intermediários, como uma GeForce RTX 3060 ou uma Radeon RX 6600. Nesses hardwares dá pra jogar em 1080p nativo com qualidade alta e com bastante margem acima dos 60fps.
Em Quad HD, a dupla GeForce RTX 3060 Ti e a Radeon RX 6750 XT também levam sem problemas renderizando nativamente, e devem conseguir rodar inclusive com Ray Tracing usando DLSS ou FSR. Quer dizer, a Radeon vai poder assim que os problemas do lançamento forem resolvidos.
Recursos gráficos
A estética de Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão no PC e no Playstation 5 não são muito diferentes. Colocando lado a lado, é quase impossível ver a diferença do game rodando no Ultra no PC e no Playstation 5 no modo fidelidade.
Quer dizer, tem uma diferença importante. No console você escolhe se quer qualidade gráfica, mas joga em 30fps, ou mais fluidez, mas abrindo mão ou de efeitos como o Ray Tracing, ou abrindo mão da resolução 4K. Com um hardware potente o bastante, você pode ter tudo ao mesmo tempo no PC.
A única diferença foi a inclusão de oclusão de ambiente via Ray Tracing. A oclusão de ambiente é o efeito em que regiões obstruídas por objetos ficam mais escurecidas. Em alguns elementos específicos dá pra ver a diferença do efeito aplicado.
E dá pra rodar o Ray Tracing em hardwares intermediários? Enquanto não dá pra usar nas Radeon, testamos na GeForce RTX 3060 e usando RT no Alto em todas as possibilidades (sombras, reflexos e oclusão de ambiente) passamos a ter um gameplay pouco acima dos 60fps em 1080p. Com os recursos desligados, tínhamos próximo dos 100fps. Considerando o impacto positivo em algumas cenas, acho que vale a pena ligar o RT, especialmente se você já acha suficiente os 60fps, o que deve ser o caso de muita gente.
Vale a pena?
Como já elogiamos na análise completa, Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é um jogo excelente. As animações estão em um nível elevadíssimo de capricho, cheios de cutscenes que fazem filmes de animação passar inveja. Além das melhorias gráficas e suporte a recursos como telas ultrawide, tem um ótimo motivo para jogar no PC: controles.
O game tem um ritmo frenético em alguns tiroteios, e nesses momentos jogar com um teclado e um mouse fazem diferença, tornando a versão de PC na melhor experiência com o game da Playstation. Com certeza é um game que merece um espacinho, ao menos, na sua lista de desejos.
