Os futuros da soja caíram mais de 1% na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (18/12), atingindo os menores valores dos últimos meses. Por volta das 11h10 (horário de Brasília), os contratos mais negociados registravam perdas entre 12,75 e 15,50 pontos, com o vencimento de janeiro cotado a US$ 9,64 e o de maio a US$ 9,72 por bushel.
A desvalorização foi impulsionada pelas quedas expressivas nos derivados. O óleo de soja recuou quase 3%, com o contrato de janeiro cotado a 39,47 centavos de dólar por libra-peso. No farelo, as perdas ultrapassaram 1%, ampliando a pressão sobre os preços da soja em grão.
Entre os fatores que explicam o movimento estão a grande oferta da safra brasileira e a desvalorização do real frente ao dólar. “A safra no Brasil e a queda do esmagamento nos EUA em novembro sugerem que, sem a extensão dos incentivos 40A e 45Z, a demanda por soja pode ser menor”, explicou Eduardo Vanin, analista da Agrinvest Commodities.
No Brasil, o dólar voltou a subir, superando R$ 6,10. Às 11h30, a moeda registrava alta de 0,8%, sendo cotada a R$ 6,13. A valorização do dólar torna a soja brasileira mais competitiva no mercado internacional, reforçando a pressão sobre os preços globais.
A safra 2024/25 no Brasil também já começa a entrar no radar dos traders, com o início da colheita em áreas de pivô na região de Querência, no Mato Grosso, o maior estado produtor de soja do país. A expectativa é de uma safra recorde, estimada em cerca de 170 milhões de toneladas, o que consolida o Brasil como principal exportador mundial da oleaginosa.
Outro fator de atenção no mercado é a decisão do Federal Reserve, que pode trazer mudanças nos juros americanos e, consequentemente, influenciar o comportamento do dólar e das commodities agrícolas nos próximos dias.
A combinação entre câmbio, oferta recorde no Brasil e as incertezas sobre a demanda global segue como elemento central para as movimentações do mercado de soja.