O grupo parlamentar que se opõe ao governo de Romeu Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais está determinado a bloquear a proposta de aumento salarial anunciada pelo governo nesta terça-feira. O projeto, que está programado para ser encaminhado na quinta-feira (2), prevê um aumento geral de 3,62% para todos os funcionários públicos, ficando abaixo da inflação medida pelo IPCA de 2023, que foi de 4,62%.
De acordo com o deputado Cristiano Silveira (PT), a coalizão de oposição, composta pelas federações PV, PT e PCdoB; e Psol e Rede, planeja revisar o texto proposto pelo governo estadual. O impacto financeiro anual do aumento está estimado em R$ 1.723.648.733,57 nos cofres públicos, beneficiando mais de 610 mil servidores, segundo a assessoria de imprensa do governo de Minas.
“Eu acredito que a melhor abordagem seja aprimorar o projeto e propor uma alternativa mais justa. Veja os contrassensos: aumentos excessivos nas contribuições dos servidores, manutenção de benefícios fiscais bilionários e um aumento insignificante para os trabalhadores. No final das contas, são sempre os mais pobres que arcam com os déficits fiscais”, afirmou Cristiano Silveira (PT).
O projeto precisará passar pela aprovação dos deputados estaduais e ser sancionado pelo governador Romeu Zema (Novo) para entrar em vigor. O último aumento geral para os funcionários públicos foi concedido em 2022, também de forma linear (abrangendo todas as categorias), totalizando 10,06%. Naquela ocasião, o governo enfrentava uma série de protestos dos servidores.
O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), que faz parte da base aliada de Zema na Assembleia, também afirmou que se unirá ao esforço de obstrução. Apesar disso, Rodrigues tem apoiado as reivindicações dos servidores da segurança pública e tem liderado críticas ao governador Zema em relação ao aumento dos salários dos servidores.