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Você já ouviu falar em radiologia intervencionista?

A medicina requer aprimoramento constante para oferecer tratamento adequado aos pacientes. O radiologista intervencionista e cirurgião vascular Túlio Leite encontrou na radiologia intervencionista (RI), desenvolvida pelo radiologista Charles Dotter (1920-1985) em Portland, nos Estados Unidos, nos anos 1960, uma forma de dar mais conforto a seus pacientes. É uma especialidade relativamente pouco conhecida e faz procedimentos guiados por imagem, utilizando fluoroscopia (Rx), ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância como guia para a realização de procedimentos.

A RI atua em procedimentos minimamente invasivos através de punções vasculares ou de órgãos. A especialidade tem interface com várias áreas da medicina. Na área de diagnósticos, pode realizar biópsias de massas suspeitas através das imagens, sem submeter o paciente a uma cirurgia convencional. Na área vascular, atua em tumores hepáticos com cateterismo seletivo, como a quimoembolização, ou seja, é a injeção de um quimioterápico e a oclusão dos vasos que nutrem o tumor, reduzindo seu tamanho e controlando a progressão da doença.

Ainda na área vascular, pode atuar em embolização de miomas ou adenomiose, ocluindo a vascularização uterina com pequenas partículas esféricas (do tamanho de grãos de areia), a fim de reduzir sangramento naquelas pacientes que desejam preservar o útero ou que não querem ser submetidas a uma cirurgia convencional. Além disso, pode realizar tratamentos de aneurismas de aorta (dilatação do maior vaso do corpo), colocando-se próteses por dentro do aneurisma para reforçar a artéria e excluir a dilatação. Hoje é possível produzir próteses customizadas para o paciente e oferecer o tratamento adequado.

A conexão com várias especialidades é enorme, como na endocrinologia, em que se pode fazer coleta hormonal para tumores de suprarrenal, insulinomas ou gastrinomas, que são tumores produtores de hormônios; na urologia, embolização de próstata, embolização de tumor renal pré-operatório ou sangramento renal por tumor ou pós-cirurgia; na obstetrícia, embolização de hemorragia pós-parto ou pós-curetagem; na pneumologia, embolização de malformações vasculares pulmonares ou sangramento pulmonar, angioplastias de membros inferiores ou de carótidas naqueles pacientes que têm algum estreitamento significativo da vascularização, ablação (cateter que utiliza o calor para obstruir a veia safena) e implante de cateteres para quimioterapia ou hemodiálise.

A especialidade é extremamente versátil e dinâmica no sentido de oferecer aos pacientes terapia menos agressiva, retorno às atividades diárias de forma precoce, com menos complicações de uma forma geral. Os pacientes podem procuram no site da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice, www.sobrice.org.br) se seu radiologista intervencionista e cirurgião endovascular possui título de especialista, pois é a segurança de que teve treinamento adequado nos centros de formação.



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