Técnica criada para atender pacientes com câncer de próstata agora será usada em diabéticos
FOLHAPRESS
Os resultados são positivos. Para diabéticos e fraturados da bacia, os profissionais querem recrutar voluntários e, assim, realizar os estudos. A técnica consiste em retirar um pedaço de cerca de 30 centímetros de um nervo de cada perna, dividi-los em quatro pedaços de 15 centímetros cada e fazer enxertos para ligar o nervo peniano, restabelecendo os nervos responsáveis pela ereção. De acordo com o urologista José Carlos Souza Trindade, coordenador do trabalho, os efeitos colaterais são baixos e compensam os ganhos. “Ao retiramos o nervo da perna do paciente (nervo sural), ele fica com a face lateral do pé como se estivesse um pouco anestesiada. Mas é algo leve”, afirma o médico. “Ao voltar a ter uma vida sexual ativa e recuperar a autoestima, o paciente nem se importa com esse baixo efeito colateral”, diz o urologista.
RESULTADOS
A nova técnica começou a ser aplicada em pacientes sem a próstata em 2011. Até agora, foram cerca de 50 homens operados, voluntários de vários estados do país que foram a Botucatu para passar pelo procedimento. De acordo com Trindade, análise recente do grupo mostrou que 60% dos pacientes tiveram melhora completa, com retomada da ereção e penetração em média 13 meses após a cirurgia. Os outros 40% vêm apresentando sinais de recuperação. O avanço representado pela técnica foi tanto que os médicos já ganharam vários prêmios, e ela foi reconhecida no Jornal Britânico de Urologia Internacional.
68 MIL CASOS DE CÂNCER EM 2018
Estimativas apontam que o Brasil terá 68.220 novos casos de câncer de próstata em 2018. Esse número corresponde a um risco estimado de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens. O câncer de próstata, tema da campanha Novembro Azul, é a segunda causa de morte por câncer em homens no país. Existem alguns fatores que podem aumentar as chances de desenvolver o câncer de próstata. Entre eles estão a idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Outros fatores são o histórico familiar e a obesidade. O tratamento pode ser feito de diversas maneiras. A mais comum é a cirurgia, em conjunto com radioterapia e tratamento hormonal. (LC)