O tablet VAIO TL10 estreia no Brasil tendo um concorrente já consolidado no país: a linha Galaxy Tab A, da Samsung. Ao menos pelas especificações e acessórios, no entanto, o modelo deve agradar, já que oferece 8 GB de RAM, processador competente e uma capa-teclado na caixa.
Mas, na prática, será que o VAIO TL10 conquista ou a linha Galaxy Tab A segue sendo a rainha dos tablets custo-benefício no Brasil? Passei a última semana trabalhando e consumindo mídias com o lançamento da VAIO e conto minhas impressões nos próximos parágrafos.
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Construção quase impecável
O TL10 é um tablet intermediário, mas quase não dá para perceber só pelo design. Ele tem um toque industrial que remete a um notebook VAIO, com alumínio em todo o corpo, e a opção de cor preta só reforça esse aspecto premium e robusto.
Sua construção só não é perfeita por conta dos botões de volume e energia aparentemente simples e frágeis. A cada clique, a sensação é de que eles podem descolar do tablet, além de fazerem um barulho esquisito.
Comparado com o Galaxy Tab A8, o modelo é mais espesso e pesado, mas ainda o considero igualmente confortável no dia a dia. Talvez, as dimensões maiores sejam para o sistema magnético, permitindo conectar uma capa-teclado, algo que o seu rival não oferece — comento mais sobre ela abaixo.
Uma ótima notícia para quem utiliza tablet na rua é o slot híbrido, que permite usar dois chips de operadora ou um chip e um cartão microSD (até 1 TB de capacidade). Isso significa que, além do Wi-Fi, ele também tem conexão 4G.
Alto-falantes muito fracos
Os dois alto-falantes do tablet estão posicionados nas partes superior e inferior, o que, teoricamente, resultaria num som mais uniforme tanto na visualização vertical (retrato) quanto na horizontal (paisagem). No entanto, nos meus testes, o som do TL10 me pareceu o de um radinho de pilha, que só têm volume alto. Todos os tipos de música saíram como uma mistura de ruídos, sem presença de graves, agudos e médios.
O Galaxy Tab A8 é muito superior ao VAIO TL10 no quesito áudio. Mesmo não sendo perfeitos, seus 4 alto-falantes com Dolby Atmos entregam muito mais envolvência em filmes, vídeos e músicas. A única boa notícia nesse departamento é a presença do conector de 3,5 mm para fones de ouvido, sendo extremamente necessário para consumir multimídia nesse tablet.
Tela boa, mas limitada
Apesar de o áudio do tablet VAIO TL10 ser um dos seus pontos mais fracos, a tela merece destaque. Falamos de um painel IPS LCD de 10,4 polegadas e resolução 2.000 por 1.200 pixels, isto é, 2K.
Na prática, a superioridade se confirma em partes: essa resolução em uma tela grande é ótima, não dando para enxergar os pixels mesmo quando vistos bem de pertinho. Além disso, o painel IPS LCD apresenta boa fidelidade de cores e níveis de brilho agradáveis.
No entanto, não entendi por que nenhum dos vídeos que reproduzi no YouTubeYouTubeultrapassou a resolução Full HD, mesmo os que suportam definições superiores. Streaming de vídeos, como o Prime Video, também não atingiram a qualidade máxima da reprodução, mesmo tendo boa internet. Nas configurações de tela do tablet não existe uma opção para alterar a resolução, então fiquei meio confuso.
Outro ponto não dá para aceitar é a taxa de atualização da tela de 60 Hz. As configurações internas já não são tão ótimas assim para aguentar o Android 13 sem engasgar, e o display com frequência baixa só deixa a navegação ainda mais arrastada. Se tivesse 90 Hz seria ótimo.
Resumindo, a tela do VAIO TL10 é boa para os padrões intermediários, e ligeiramente superior à do Tab A8, mas não tudo isso que parece nas comunicações. A experiência audiovisual só não é melhor por conta dos péssimos alto-falantes estéreos.
Desempenho para quase tudo
Internamente, o TL10 é equipado com o chipset Unisoc T616, um modelo intermediário básico muito similar em desempenho ao T618, presente no Tab A8, e que gostei muito em outros dispositivos. O tablet da VAIO, porém, sobressai em relação à opção da Samsung por trazer 8 GB de memória RAM e armazenamento interno de 128 GB, duas vezes maior que o rival.
Mesmo que eu tenha gostado do Unisoc T616 em smartphones, o processador da chinesa não tira tudo de letra no tablet da VAIO — apesar de grande parte dos problemas que tive não serem culpa totalmente dele. Usando-o para tarefas básicas, como redes sociais, mensageiros e streaming de vídeos, ele mandou relativamente bem. Tirando a lentidão aparente da tela em 60 Hz, os aplicativos abriram bem rápido, e os 8 GB de RAM os seguraram por bastante tempo na memória.
Se você quiser usar o TL10 para jogar, também não terá grandes problemas. Rodei Subway Surfers e Asphalt 9 tranquilamente em 30 quadros por segundo (fps), o que considero aceitável para a potência do chipset. Genshin Impact, no entanto, não deve rodar agradavelmente.
Para quem curte testes de benchmark, o TL10 fez modestos 260.243 pontos no AnTuTu 10, sendo a média do processador Unisoc T616. Olhando apenas os números, não são resultados muito animadores, mas, na prática, é um tablet interessante.
Experiência de laptop — ou quase
Eu produzi esse texto inteiramente usando o VAIO TL10 em conjunto com sua capa-teclado, que transforma a experiência de tablet em uma mais próxima da de um laptop. O acessório é enviado na caixa, o que considero um grande ponto Positivo e diferencial em relação ao Tab A8, que não oferece nada.
Para quem usa o dispositivo para navegar na web com muitas abas, aplicativos de redes sociais e mensageiros simultaneamente, o TL10 com a capa-teclado pode ser uma experiência bem interessante. O acessório é conectado pelos pinos e fica bem firme — só recomendo tomar cuidado para não danificar os pinos da capa.
O teclado já vem no padrão brasileiro, o que é ótimo, mas a posição de alguns botões não estão nos lugares mais comuns, então será preciso um tempinho para se adaptar. Em uma semana praticamente trabalhando nessa configuração, demorei cerca de 4 dias para acostumar.
Um ponto negativo da capa-teclado é que não vem com trackpad embutido, e aí você deve precisar de um mouse para ter essa experiência de laptop. No entanto, uma limitação do tablet é não poder conectar um mouse pela porta USB-C se o teclado estiver acoplado — mouses Bluetooth devem funcionar, porém.
Quanto à interface do tablet com a capa-teclado, é importante lembrar que o sistema operacional Android nunca conseguiu oferecer uma experiência tão agradável na orientação de tela horizontal (paisagem). Mas isso vem melhorando, mesmo que a passos de tartaruga.
Muitos desenvolvedores ainda parecem não se importar com tablets, por isso ainda temos aplicativos muito usados, como Facebook e Instagram, sem uma experiência adaptada para quem utiliza o dispositivo na horizontal. Alguns jogos inicialmente criados para celular também não se adaptam por aqui, como é o caso do Subway Surfers.
No entanto, tive uma experiência geralmente boa com o sistema. A interface é bonita, adaptada e com recursos interessantes, como o de dividir a tela para rodar 2 aplicativos simultaneamente. Por ser mais básico, o VAIO TL10 não oferece tantas funções como um Galaxy Tab S8, mas dá para realizar o simples muito bem.
Não digo que não presenciei bugs no sistema, pois houve, sim, e muitos. A interface travou muitas vezes ao navegar pela tela inicial, e os ícones sumiram frequentemente da barra de tarefas. Mas talvez seja mais uma questão das configurações do tablet do que do próprio Android, já que em outros modelos mais caros não passei por isso.
Câmeras
Não dá para esperar muito das câmeras de um tablet, ainda mais um intermediário. O TL10 não foge muito à regra e traz uma câmera traseira de 8 MP e uma frontal de 5 MP básicas.
Tanto a câmera quanto a traseira apresentam definição precária, cores lavadas e bastante granulado, independentemente do cenário ou condição de iluminação. Se você não forçar muito, elas servem para chamadas de vídeo e reuniões.
Quanto às gravações, o sensor principal registra imagens em até 1080p@30fps, enquanto o de selfies é limitado na resolução HD (720p). A qualidade de ambos também não é nada boa, principalmente a câmera frontal.
Bateria e carregamento
A bateria do tablet é de 7.000 mAh, a média dos modelos intermediários. No nosso teste padrão, que simula o uso no dia a dia, o TL10 consumiu 24% após 6 horas de jogos, mensageiros instantâneos, redes sociais e YouTube. A média de tela ligada durante o teste ficou em cerca de 4 horas e 30 minutos, o que é ótimo.
Enquanto eu estava produzindo a análise desse produto, confesso que a bateria do TL10 não foi uma preocupação. Usava normalmente o Docs, Chrome, Slack e Gmail junto à capa-teclado, com brilho de tela no máximo, e terminava o dia com uns 15% restantes.
Carregar um dispositivo com 7.000 mAh não é uma tarefa muito rápida, então recomendo sempre carregá-lo durante a noite, ou gradualmente no dia a dia. De 0% a 100%, ele leva tranquilamente mais de 2 horas.
Concorrentes diretos
Já que citei bastante o Galaxy A8 nesse review, o colocamos como o principal concorrente do VAIO TL10 no mercado brasileiro. Ele é um tablet que já tem mais de 1 ano de lançamento e pode ser encontrado entre R$ 1.500 e R$ 1.800 parcelado ou cerca de R$ 1.300 à vista. São preços inferiores em relação aos do VAIO TL10, que custa R$ 1.800 à vista, mas podemos dizer que a diferença condiz com os diferenciais que ele oferece.
Por exemplo, o VAIO TL10 tem uma multitarefa melhor com seus 8 GB de RAM, contra 4 GB do rival, e a memória interna de 128 GB é maior que os 64 GB do A8, ainda que ambos permitem expandi-la com cartão microSD. A capa-teclado é outro grande destaque, pois adiciona o aspecto produtividade que muitos podem procurar em um tablet de 2023.
O Galaxy Tab A8, no entanto, ganha no quesito multimídia, já que oferece uma boa tela Full HD com quatro alto-falantes compatíveis com Dolby Atmos. Pessoalmente, também acho a interface da Samsung mais agradável que o Android “puro” do TL10.
Ou seja, se seu foco for consumo de mídia e preço baixo, o Tab A8 é a melhor opção. Já o VAIO TL10 conquista não só pelas configurações mais atrativas, como também pela capa-teclado já inclusa na embalagem.
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Vale a pena comprar o VAIO TL10?
Produzir o review do VAIO TL10 inteiramente por ele foi uma experiência interessante. Enquanto pesquisava e escrevia para a análise, o tablet me agradou pelo desempenho aceitável, por me deixar despreocupado com a autonomia e bateria e, principalmente, pelo fator produtividade.
A capa-teclado inclusa na caixa é o principal destaque do TL10 em relação aos concorrentes, ao adicionar esse aspecto de laptop que funcionou para mim, jornalista que muitas vezes precisa apenas de internet, uma tela e um teclado. Ou seja, pode funcionar para quem é estudante ou professor.
A principal crítica que faço ao TL10 é a experiência sonora bem inferior à de qualquer tablet equivalente. Eu infelizmente não senti vontade de consumir músicas nem outro tipo de mídia por aqui, e acredito que isso possa afastar quem procura um bom tablet para assistir a vídeos, filmes e séries.
Mas, fora isso, ele é um produto bem interessante e competente. Então, acredito que vale a pena pagar os R$ 1.800 que a fabricante pede, caso seu padrão de uso consista em usar o navegador e alguns apps de produtividade, como editores de texto.
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