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Em Bruxelas, Lula deve adotar postura dura com europeus sobre exigências de acordo UE-Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai adotar uma postura dura com os europeus durante a cúpula Celac-União Europeia, segundo fontes do governo brasileiro ouvidas pela CNN.

A cúpula dos europeus com a Celac — a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos — ocorrerá em 17 e 18 de julho, em Bruxelas.

Inaugurada em 2011, a Celac é composta por 33 países da América Latina e do Caribe.

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Lula deverá reafirmar no evento que o Brasil não aceita os termos da “side letter” — documento que complementa acordos — apresentada pelos europeus durante as negociações para ratificação do acordo de livre comércio entre os União Europeia e Mercosul.

O governo brasileiro repudia o que considera ser um tom de ameaça na “side letter” e vai propor que a proteção do meio ambiente aconteça dentro de uma lógica de colaboração com os europeus.

Isso pode incluir, por exemplo, programas em conjunto para maior proteção ao meio ambiente, semelhantes ao Fundo Amazônia, que conta com financiamento de países desenvolvidos.

O Brasil está concluindo a resposta que dará à União Europeia e pretende circular o documento entre parceiros do Mercosul nos próximos dias. Uma posição conjunta do Mercosul vai depender da velocidade de resposta da Argentina, Paraguai e, principalmente, do Uruguai, que mostra publicamente insatisfação com os rumos do bloco.

Mesmo que o Mercosul não consiga concluir a tempo a resposta conjunta para a UE, Lula deve deixar explícita a posição do Brasil.

O presidente brasileiro deve, ainda, aproveitar a reunião em Bruxelas para tentar demonstrar a necessidade por uma maior integração regional ente todos os países da América Latina.

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“Proposta inaceitável”

Em discurso na cúpula do Mercosul na última terça (4), Lula afirmou ser “inaceitável” a contra-proposta da União Europeia feita em março deste ano. “Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções”, disse.

Lula foi enfático ao afirmar ser “imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, e “inadmissível abrir mão do poder de compra do estado — um dos poucos instrumentos de política industrial que nos resta. Não temos interesse em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo”.

Concluído em 2019, o acordo Mercosul-União Europeia ainda não foi ratificado pelos dois blocos.

O Brasil retornou à Celac em janeiro deste ano, quando Lula assumiu seu terceiro mandato. O então presidente Jair Bolsonaro (PL) havia rompido com o bloco em 2020, por divergências ideológicas com Cuba e Venezuela.

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