O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para investigar os impactos ambientais provocados pela queda da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O colapso da estrutura ocasionou o vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico no Rio Tocantins, proveniente dos caminhões que caíram no desabamento da via, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O órgão público estima que o escoamento da água contaminada pode impactar até 19 municípios da região.
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O desabamento aconteceu na tarde do último domingo e contabiliza até o momento quatro mortes e 13 desaparecidos, de acordo com informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros do Tocantins e da Defesa Civil de Estreito (MA). Pelo menos três caminhões, três motos e um carro de passeio caíram no curso d’água.
Segundo a ANA, os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. No mesmo dia, a Defesa Civil emitiu um alerta urgente à população das duas cidades na margem do rio, para evitarem qualquer contato com o curso da água.
Em meio ao risco de contaminação, o braço do MPF no Pará, onde fica a foz do Rio Tocantins, abriu uma investigação para análise dos danos provocados pelo incidente. O órgão público determinou a informações, ainda que em estudos preliminares, sobre a atual situação da qualidade da água do Rio Tocantins e a análise dos impactos à curto, médio e longo prazo.
As orientações foram destinadas à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá, por onde o curso d’água passa, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, ao Instituto Evandro Chagas, ao Museu Emílio Goeldi e à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
“O derramamento de ácido sulfúrico e agrotóxicos representa graves riscos à saúde das populações que vivem próximas à margem do rio Tocantins, especialmente de comunidades ribeirinhas e tradicionais, que utilizam o rio como fonte de subsistência”, disse o MPF em nota.
O caso também é investigado pela Polícia Federal (PF), que busca a responsabilidade criminal pelo queda da ponte e também a análise do potencial de dano ambiental na área. Uma equipe de cinco peritos, sendo dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente, foi enviada ao local.
A investigação será conduzida pelas Superintendências Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins, que têm jurisdição sobre a área.