
Na era das redes sociais, onde filtros esculpem corpos perfeitos e likes validam resultados, a atividade física ganhou um novo papel: deixou de ser apenas sobre saúde e passou a ser também uma vitrine. Cada gota de suor parece ter que provar seu valor com músculos definidos ou medidas reduzidas. Mas onde fica o prazer do movimento? A conexão com o próprio corpo?
A estética tem, sim, seu espaço legítimo. Querer se sentir bem com a própria imagem é saudável. O problema começa quando esse desejo vira cobrança — interna ou externa. Quando o espelho dita o treino. Quando a balança vale mais que a disposição. E quando o corpo se torna um projeto a ser “consertado”, e não respeitado.
A atividade física deve ser um ato de autocuidado, não uma punição. Cada corpo tem seu tempo, sua história, sua genética. Os resultados vêm — mas não no ritmo das expectativas vendidas por influenciadores ou por promessas de “10 quilos em 1 mês”.
Precisamos resgatar o prazer de se mover, de respirar fundo durante uma caminhada, de celebrar pequenas conquistas. Precisamos treinar por amor ao corpo, e não por ódio ao espelho.
“Que o seu treino te liberte — e não te aprisione em padrões que não dizem quem você é.”